terça-feira, 29 de dezembro de 2009
TPM
Seios, explodindo.
Nervos, à flor da pele.
E o útero...
sempre esperando.
(29/12/2009)
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Natal Tropical
Depois de tanta elucubração inútil, eu descobri que a-do-ro o Natal! Os clichês não estragam a minha festa. O único que impera e que eu felizmente gosto, é que festejos natalinos, mesmo para quem o comemora de uma maneira pagã - quer dizer, todo mundo, praticamente - tem cara de família. Se ela não vai bem, alguém querido foi embora ou ainda, se não liga muito para festa de fim de ano, realmente, Natal não faz muito sentido mesmo. Como a minha família é de comercial de margarina com um toque de maluquice à la Grande Família, os meus natais são divertidíssimos! E além do aniversariante tradicional, a minha irmã mais velha também completa primaveras, no caso dela, verões. Diz ela que fazer aniversário no mesmo dia de uma celebridade tão proeminente é meio chato, mas é intriga da oposição. Invariavelmente, a família toda está com ela no dia do seu aniversário.
Esta época do ano é corrida, é cansativa, mas eu adoro final de ano. Não há coisa melhor que encaixotar os diários de classe e se mandar pro playground! Não me bate nem um pouco de depressão: nos anos ruins, a gente manda o ano velho para a pqp. E quando acaba um bom, como este - apesar de toda a ralação - eu quero é mais! O cheiro quente de dezembro me deixa feliz e esperançosa.
Então, para quem gosta, para quem não gosta, para quem quer ficar em casa lendo um livro ou enchendo a cara de Cidra Cereser, para quem acredita ou não, um Feliz Natal Tropical, porque esse é o verdadeiro! See ya!
sábado, 5 de dezembro de 2009
Aprendendo a amar vol. 4 - A Máquina do Tempo ***Centésima postagem!***
Era tarde pra recusar, e ficou com o trambolho. Nem abriu as maletas, para não cair em desespero. Ficaram jogadas em um canto por uns dias, até que a professorinha tomasse uma decisão. Jamais as jogaria fora, sabia que lá estava a trilha sonora de uma vida inteira, sem contar as raridades que a amiga tinha. Um dia depois do trabalho a professorinha, abriu o baú de Jack Sparrow Dee: duas maletas com gothic rock e new wave, de corte oitentista, mais três de corte sessentista, cheia de Jovem Guarda, rockabilly, doo wop e surf music. Abriu uma por uma, revirou todas para ver se estavam nomeadas e viu seu desespero aumentar. Aquele acervo era indissiociável, aquelas fitas estavam condenadas a ficarem sempre juntas. Eram de um tempo pré CD-R e pré-download, quando os amigos trocavam músicas emprestando vinis e CD´s e gravando em fita cassete suas próprias coletâneas. Sem Napster, iTunes, e ameaças de inferno e purgatório para quem faz download ilegal. A professorinha tinha certeza que seus alunos não conheciam essa Era. Um dia, ela entrou na sala de aula com uma bolsa no formato de uma fita cassete, e um aluno perguntou: "Que é isso na sua bolsa, Prô?", e a jovem professorinha se sentiu um pterodáctilo. Cogitou até usar botox depois dessa.
Na última semana de aula, quando não haviam mais aulas de fato e o poder ultrajovem andava incontrolável pelos corredores, a professorinha estava de papo com uma aluna que amava música tanto quanto ela, falando de bandas novas e antigas, estilos, álbuns, coisa rara de se acontecer. Um duende soprou no seu ouvido e lá pelas tantas, ela perguntou para a aluna se ela tinha onde tocar fitas cassete. Como a aluna disse que sim, ela ofereceu a ela a porção gothic rock do tesouro herdado. Com certeza, ela saberia dar valor às raridades, a garota tem uma maturidade intelectual invejável. O que não a impediu de sorrir feito criança contente com a oferta.
No dia seguinte, a professorinha subiu para sala com uma das maletas recebidas da amiga e um aparelho de som da era cenozóica, disponível para uso em sala de aula. Ligou o som e foi rebobinar as fitas, o que fez ajuntar em volta dela alguns dos alunos mais curiosos. Ficou lá algum tempo conversando com o poder ultrajovem, relembrando histórias da infância e da adolescência, como a vez que, aos quatro anos, rasgou a capa do disco do Menudo das suas irmãs mais velhas e jogou no vaso sanitário gritando "Eu adoro Menudo! Eu adoro Menudo!"; ou quando ia à missa com jeans rasgado e camiseta de caveira para desespero da mãe da professorinha, aos quinze. Os alunos sabiam que a professorinha não era das mais tradicionais, mas ninguém imaginava que ela fosse tão maluca nos bastidores. Riram, e contaram das suas também fora dos muros da escola. Neste instante, o aparelho de som transmutou-se em uma máquina do tempo, que fita por fita, quebrava as barreiras de geração e autoridade, típicas da escola. Progressivamente, iam se esquecendo dos papéis de professora e alunos, para se tornarem o que realmente são: gente. Com história de vida, recordações, preferências, sentimentos. Seria bom se fosse sempre assim.
Quando o sinal tocou, e todos foram pra casa, a professorinha até se animou. Chegou em casa e abriu o baú de Jack Sparrow Dee, pegou o seu Primeiro Gradiente e deu play na primeira fita. Ia ter muito o que ouvir durante as férias.
Para Cássia e Sandra Dee
domingo, 29 de novembro de 2009
Aprendendo a amar vol. 3 - Linha no pipa
Os mais antigos ainda acreditam que o professor é um privilegiado - tem três meses de férias por ano! Mentira. Antigamente, em dezembro, o corpo docente das escolas aproveitava a ausência dos alunos dispensados - já se esbaldando de brincar nas ruas desde 30 de novembro - para se afundar numa pilha de diários de classe, provas, trabalhos, livros de atas, relatórios e registros, com os ventiladores quase levantando voo dentro das baias. Quando o trabalho útil e inútil acabava, cogitava-se jogar Uno e comprar sorvetes no atacado até dar o dia da abolição da escravatura, dia em que todo mundo (ou quase) se mandava para a Praia Grande. Mais fácil do que encontrar uma água-viva no Boqueirão, era encontrar por lá um aluno desavisado querendo te entregar trabalho.
Isso, entretanto, acontecia em outros tempos. Agora, os engabinetados alimentam a ilusão que pode-se sustentar as aulas até 22 de dezembro, mantendo o gado confinado até o dia do abate. E ai do professor que dispensar antes por conta, vai para a panela também. Quem diria, o Natal se aproxima e os perus somos nós, com um gume afiado apontando para as nossas fuças.
Sorte nossa que o poder ultrajovem não é nada bobo. Eles sabem que desperdiçar o cheiro quente de dezembro é um verdadeiro sacrilégio. A professorinha até sorriu escondido quando viu seus alunos assinando camisetas no pátio: melhor que isso só vai ser avistar a primeira pipa subindo no céu. Sinal de que as férias já chegaram, à revelia dos engabinetados.
domingo, 22 de novembro de 2009
Strange Fruit - Chapter Two
Hoje esse traço misturado do povo brasileiro é celebrado, eu mesma bem gosto de ter nascido com essa tara*. Depois de muito tempo, porém, fui perceber como a misturada rendeu formas peculiares de discriminação. Como eu já disse, não nos reconhecemos pela "raça", pelo sangue - até tentaram, havia aquela papagaiada de dizer que fulano era um "Quatrocentão", sendo que a origem desses fazendeiros paulistas era exatamente a que eu descrevi no parágrafo anterior, com o sangue índio misturado ao português. Então o que sobra é a cor da pele para se reconhecer.
Vi isso claramente há algumas semanas atrás. Na sala de informática, Bethinha, professora de inglês, mostrava fotos e vídeos de Marthin Luther King para nossos alunos de sétima série, para montar uma encenação e eu estava lá, de xereta. Ao ver as fotos de Rosa Parks, que tinha um tom de pele um pouco mais claro, os alunos teimavam em dizer que ela não era negra, e eu tentando explicar que para o estadunidense não existe meio termo (até Michael Jackson foi de negro a branco praticamente sem escala), que para eles não existe mulato, moreno cor-de-jambo, moreno café-com-leite, moreno isso, moreno aquilo, isso é coisa de brasileiro. Até quando uma aluna negra e muito bonita diz: "Se ela é negra, sou o que? Carvão?" Aí, perdi a pose, caí na risada. "Morena cor-de-disco, que tal?"
E nesta última semana, trocando figurinhas com Bethinha, fui mostrar para ela Billie Holiday cantando Strange Fruit, marco na história da música por ter sido a primeira canção que falava abertamente sobre a situação de preconceito racial nos Estados Unidos e eu acabei por descobrir coisas sobre esta canção que nem eu mesma sabia. A letra foi escrita com base em uma foto que retrata a cena mais horrorosa que eu já vi na minha vida, por isso nem me atrevo a colá-la aqui . Ninguém faz ideia do pavor que sinto só em escrever sobre ela, em ter que lembrar e tremo só de pensar que aquilo foi real. A intertextualidade entre a cena, a poesia da letra e a interpretação doída da Lady Day é perfeita.
O resto da história está bem contada no link. Sugiro que todos cliquem e leiam atentamente, não só os corajosos e curiosos, porque é bom uma dose de realidade de vez em quando. É bom saber que gente da mesma espécie que nós, organicamente igual a você e a mim, foi capaz de cometer aquela crueldade , e nunca mais se esquecer, para que isso jamais se repita. E olha que não é difícil.
"A gente não sabia que não era um índio, a gente pensou que era um mendingo!" (1997)
Miserere nobis, Domini.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Estranhos Frutos - Parte I
A gente se ilude com esta miscigenação toda, há quem pense que o preconceito racial está progressivamente ficando para trás no nosso país, por conta de algumas ações afirmativas e pela ascenção do negro na mídia, a valorização da beleza negra e a celebração do politicamente correto. (Corre pelo mundo uma piadinha de mau-gosto que com isso, até as lendas brasileiras mudaram. Saci-Pererê teria se tornado "Afro-descendente com necessidades especiais". Ficou mais polido, óbvio, mas não deixo de pensar que assim ele perdeu seu charme sapeca.)
Taís Araújo como protagonista de novela das nove da Globo, por exemplo, dividiu opiniões. Nem sei porque, ela já foi protagonista em Da Cor do Pecado. Mas quando ela apareceu em novela do Manuel Carlos, fiquei em dúvida. Justamente um autor que, novela após novela, recria sua versão de mundinho perfeito, onde todas as protagonistas são Helenas, todas as cidades são Rio de Janeiro - porém, todos os bairros são Leblon, todos os doutores são Moretti e todas as canções são bossa nova. Parecia positivo que neste contexto pequeno-burguês aparecesse uma mulher negra, belíssima e bem-sucedida no mundo da moda e não em um papel de empregada que dá pitaco na vida da patroa à torto e à direita, dando a falsa impressão de que Casa Grande e Senzala se dão muito bem por aqui. Não poderia acreditar nessa ideia de cara porque a Rede Globo dá com uma das mãos e retira com a outra. Bingo. Tive a confirmação nessa semana. Bem que Bia Abramo já tinha avisado: o teledramaturgo gosta de fazer mulher apanhar em suas novelas e se elas mesmas se estapearem, melhor ainda.
Fica claro nesse discurso como funciona o preconceito racial em terras tupiniquins: multifacetado, mutante, líquido. Primeiro que a maioria das pessoas ignora a tal da miscigenação, só enxerga o tom de pele, o externo. Tanto que a discriminação aumenta com a quantidade de melanina que se carrega na tez, como bem observou Zulu Araújo, em entrevista ao Roda Viva (TV Cultura) da última segunda-feira, no mesmo dia da cena de dramalhão global.
Ele também observou que a sociedade brasileira não é totalmente racista, mas que a elite econômica e midiática ainda o é. Logo, não há meios de sair coisa boa da Globo colocando protagonistas negras em suas novelas, porque isso de maneira nenhuma acaba com o preconceito racial no Brasil: só faz perpetuá-lo, e o que é pior, engendrando uma falsa aura de politicamente correto, para deixar todo mundo bem contente, babando em frente a TV de plasma nova, comprada na liquidação. Estranhos frutos da colonização.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Pano pra manga
Escrevi no domingo, segunda de manhã, a UNIBAN anuncia a expulsão da aluna, com um discurso pra lá de TALEBAN. Depois, MEC aperta, UNE e entidades feministas também, a instituição volta atrás e revoga a expulsão. A única coisa que não mudou é que nenhuma punição foi sequer cogitada a quem participou da arruaça. Claro, vai desagradar o público pagante? Uma coisa é um aluno, uma mensalidade. Outra coisa são quinhentos alunos, quinhentas mensalidades. E ainda acham que vão convencer alguém falando de moral. Moral de uc é rloa, mermão. Agora o discurso é que promoverão "medidas educativas" com os envolvidos no incidente.
A farofa continua, os alunos vaiaram o protesto da UNE e a Unitaleban (ou Uniburca, como vi em algum lugar) ficou com medo da repercussão negativa em torno da instituição, recuando na sua decisão e o MEC também arquivou o caso. Agora o papo de hoje é especulação em torno da especulação que revistas masculinas poderiam talvez estar fazendo agora para quem sabe ter a aluna na capa de uma dessas publicações. Essa conversinha mole convenceu alguém? Tempo!
Como já disse, ela não tem condições de se tornar ícone feminista, por mais que as entidades militantes tentem fazer isso dela. O máximo que ela consegue mesmo é ser celebridade instantânea. Mas fica a discussão de como os estudantes de ensino superior têm sido cada vez mais sectários, com um discursinho vazio e conservador, típico de quem estuda não para adquirir mais conhecimento ou para ampliar a perspectiva com que veem o mundo e sim, para única exclusivamente "obter uma qualificação profissional para conquistar uma posição de destaque no concorrido mercado de trabalho". Não é esse o tom publicitário de qualquer Unicoisa que a gente vê por aí?
O resultado está aí: diplomas e cérebros de minhoca fabricados em série, a toque de caixa. E quem acha que isso é coisa de instituições particulares que pipocaram a partir da segunda metade da década de 90, está enganado. Alunos de instituições públicas* e tradicionais também estão com sério atrofiamento mental. Vizinhíssimo, mestrando em História, sempre fala do desencanto com que vê na bicharada que entra na USP ultimamente, por exemplo. Trabalhei com alunos da PUC como estagiária numa exposição e alguns deles eram tão tontinhos e vazios que até desencanei do complexo de vira-lata que eu tinha de não estudar em uma grande instituição tradicional.
Não estou falando só na teoria. Estudei numa instituição pequena, com público C e D, conservadora até as tampas. Vi muitos colegas que só estavam a fim de conseguir o diploma ao final de três anos e de preferência, na Lei do Mínimo Esforço. As instituições estimulam esse pensamento. Esqueçam da visão iluminista da universidade como templo de conhecimento, isso é coisa do passado, na visão pragmática e mercantilista com que a Educação é tratada nos nossos tempos. Penso, logo desisto.
*Exceção: Nem tudo está perdido. No meio das notícias sobre o caso da Uniburca, surge que uma que destoa do tom fútil com que o caso é tratado pela farofa midiática. Alunos da UnB promoveram um protesto hoje em frente a reitoria da universidade em apoio a aluna da Uniban e denunciando casos semelhantes de violência contra a mulher e outras minorias acontecidos na instituição de Brasília. Alguém precisa reagir. Meus bichos feministas voltaram, oba!
domingo, 1 de novembro de 2009
Sobre minissaias e universitários
O que me salva é que quando acho que já me tornei definitivamente uma professorinha adequada ao status quo, esperando pacientemente o dia em que o magistério vai me deixar totalmente louca para conseguir uma licença pinel no sexto andar do Servidor, acontece uma que solta meus bichos subversivos na rua. O que me soltou os bichos dessa vez o foi o prosaico caso da minissaia na Uniban.
De início, me revoltei com a reação esdrúxula dessas pessoas. Gente de vinte e poucos anos chocada com minissaia? Como assim, Cabral? Depois, assisti à entrevista da garota na Record domingo passado. Primeiro, ela diz que sua vida se travestiu num inferno depois do ocorrido, mas não consegue disfarçar que está saboreando seus 15 segundinhos de fama com mucho gusto (os 15 minutos de Andy Wahrol, hoje em dia parecem uma eternidade), fazendo questão de conceder as entrevistas (sim, no plural) com o famigerado vestido que causou furor na multidão de estudantes sem cérebro do campus da UNIBAN de Diadema. Ela poderia se tornar uma heroína contra a neo-caretice do século XXI, como uma Rosa Parks do terceiro milênio, que com uma atitude simples de se recusar a se levantar de um lugar no ônibus reservado para brancos em Montgomery, no Alabama, provocou um boicote de 381 dias ao transporte coletivo capitaneado por Marthin Luther King em 1955. Mas aí é que tá, minha gente. A garota não tem cacife para isso. É burra feito uma porta. Soltou pérolas na entrevista como "Desde que eu me entendo POR EU uso roupas desse tipo" e "O tumulto era tão grande que eu não consegui nem SAIR PRA FORA". Dois pleonasmos viciosos em menos de 15 segundos. Pobre de mim, em frente a TV sonhando com uma revolução neo-feminista... Com esse nível de cultura, a tal estudante de turismo no máximo consegue uma vaga em um reality show ou um convite para posar nua e dar bastante trabalho para os arte-finalistas da revista se matando de disfarçar celulites no Photoshop.
A grata surpresa do caso minissaia da Uniban foi encontrar o blog Educação Política, do professor de Ciências Sociais da PUC de Campinas Glauco Cortez, um verdadeiro antídoto para essa burrice institucionalizada. Sobre este acontecido, ele disse: "O caso da estudante da Uniban, que foi covardemente insultada porque vestia uma minissaia, mostra um pouco a cara de São Paulo e também que há um aprendizado educacional no Brasil que está muito distante das humanidades e das capacidades reflexivas. É o exercício da irracionalidade."
Agora, me fala: que eu vou fazer nesse mundo, com uma elite universotária, que se enfurece com uma estudante indo para a faculdade de minissaia e que fala sair pra dentro e entrar pra fora? Este país não é mesmo sério. Aqui tudo vira farofa, não só o metal do Massacration. Por essas e outras continuo congregando pessoas para me acompanharem na minha mudança DE mundo. Quem quiser que follow me.
Notas:
*Sobre Rosa Parks e Martin Luther: Bethinha, obrigada pela troca de ideias e tanto entusiasmo!
*Sobre Massacration: essa farofa pelo menos é inteligente e engraçada. Nada como não se levar a sério, como estes GoodBlood Headbangers.
*Créditos da imagem: http://temasparamulheres.blogspot.com/2008/09/minissaia-e-maxipolmica.html
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Piadinhas...
O menino, junto com a mãe, para em frente a uma barraca de DVD´s e pergunta: "Você também tem original?" O camelô responde: "Não, só genérico!"
... Depois encontrei o mesmo menino no shopping checando seu Orkut numa Lan House.
2 - Sobre persuasivos vendedores metidos a espirituosos:
O vendedor de livros para em frente à moça, no meio da Paulista. Ela achou que ele ia pedir fogo, mas não. Faz a estupÍenda pergunta: "Você sabe qual a diferença entre corpo e alma?" "Não", responde a moça já tomando o caminho da roça. "A resposta está neste livro..." Ela hesita e para outra vez: "É de graça?". "Não, é de papel." "Ah! Então não quero!"
...E a moça vai embora, dando uma bela tragada no seu cigarro fedorento.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Rain Down - Eu tavu lá!
Não acreditei até domingo retrasado, quando ganhei da única futura autoridade* em Radiohead do Brasil (quiçá do mundo) um DVD com o sugestivo nome de Rain Down, feito por um outro cabeça-de-rádio, provavelmente tão louco pela banda quanto o Vizinho Intergaláctico.
A ideia só poderia ter vindo de um fã de Radiohead. O cara coletou vídeos de câmeras fotográficas e celulares feitos pelo público no show, editou e colocou o áudio original da mesa de som, que acabou vazando na Internet e dias depois, ele disponibilizou o vídeo do Just a Fest reconstituído fielmente para quem quiser copiar na rede, desde que ele não seja comercializado e que sejam citados os créditos do seu minucioso trabalho, feito num PC que, pelo jeito, era tão ou mais tosco que este que eu uso para me comunicar com a Seleta Audiência agora-now-neste-instante.
O resultado é uma loucura, porque a atmosfera do show está toda lá, a energia. Um trabalho profissional pode ter um resultado asséptico, sem gosto. A desvantagem de um video "caseiro" talvez fosse uma coisa meio frankestein, sem pé nem cabeça, mas não foi isso que eu vi. Ele soube tirar o melhor de cada video que ele coletou e a reconstituição do show é supercoerente.
Entendi o que realmente é um deja-vù. Quando coloquei o DVD no meu aparelho, a vinheta já me deu arrepios. Afinal, é muito difícil reviver uma situação integralmente, só com um vídeo ou uma foto. Forrest já tinha me alertado que alguns momentos do video seriam incríveis e não aguentei. Pulei para Karma Police, que foi um dos pontos altos do show, e meu também. Foi quando eu desencanei: "Meu, você está aqui! O que mais você quer?" Uma verdadeira epifania. Para mim, o show começou ali. Quando vi o video, só não chorei pra valer porque eu sou durona, mas bem que eu senti os olhos marejarem. Choreeeeeeeeeeeeeeeeeeei em Karma Police!
E foi seguindo assim, pelo vídeo inteiro. Música por música. Espertamente, ele manteve o áudio original em momentos-chave do show. Fiz bem em ter me conformado de ter visto um Thom Yorke do tamanho de um Playmobil. Eu ouvi, senti, participei e quanto a ver, deixei para alguns meses mais tarde, quase sem querer. Foi uma pena não ter podido ver lá, mas graças ao Andrews Ferreira Guedis e meu Vizinhíssimo, eu vi o show refestelada no sofá com minha colcha de chenile pré-histórica preferida. Tudo bem que no show de verdade não tinha mãe falando de geladeira em promoção, mas também não dá para se ter tudo nessa vida ao mesmo tempo, não?
Agora eu acredito de verdade que eu estive no Just a Fest em março deste ano. Copiando descaradamente o Oráculo de ZÉlfos, eu encho os pulmões e exclamo num ruído luminoso, alto e claro para quem quer que seja: Eu tavu lá!
Ps.: As imagens não carecem de créditos. Meu celular também estava em ação aquele dia. :-P
domingo, 20 de setembro de 2009
Che 2 - A Guerillha
Pedra que rola não cria limo - A Revanche
De primeira não gostei do lugar, achei que estava arrumada demais para o rolê em questão. Relaxei quando pensei: o lugar chama-se Sarajevo, teria algo de errado se fosse arrumado demais. E outra, eu é que estava pagando de pequeno-burguesa, sendo que não passo de uma proletária (com algum verniz, mas ainda assim proletária). Depois fui vendo que o fato do lugar ser um ovo, faz com que as pessoas fiquem mais próximas e dá pra conversar, o som não é insuportavelmente alto.
Começa o show da Soul Train. Puta merda, Dom Paulinho Lima toca bateria e faz scat singing ao mesmo tempo! Musicalmente gozante. Mais uma vez o fato do lugar ser pequeno favoreceu. Estava praticamente no palco, de tão apertada que era a pista. O clima quente e fumegante fica perfeito com a música, totalmente funky, sexy. E eu lá, requebrando feito uma negona do Bronx. Saí de lá com a impressão de ter nascido com a cor errada. Já virando abóbora, de maquiagem borrada, ainda tive pique de puxar conversa com os caras da banda na porta da balada. E conheci outro batera por lá, conversamos, raçãowhiskasblablablá... deixa essa para outro textículo.
Voltarei lá, com certeza. Mas fiz questão de não esquecer de pegar meu kefi de volta e guardar na bolsa antes de ir pra casa, com a doce certeza que jamais vou perdê-lo novamente. Desci pro play e vou brincar. Sempre.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Patrick Swayze
Além do Curtindo a Vida Adoidado, sinônimo de Sessão da Tarde para mim, sempre foi Dirty Dancing, com aquele espetáculo de professor de dança amassando legal a mocinha do filme, feinha, mas sortuda. Lembro quando fui ver a apresentação de jazz da minha irmã mais velha, dançando o tema deste filme, The Time of My Life, quando eu tinha 7 anos e cabelo de tigelinha.
Um pouco depois, veio Ghost, esse um filme de mulherzinha meeeesmo, para acabar com a caixa de lenços de uma vez por todas. Quando aprendi a tocar violão, treinava o dedilhado com Unchained melody, fácil e com a harmonia quadradona, do jeito que eu gosto. Sou uma maria-preguiça para tocar violão, não sei nada de cor com mais de quatro acordes. Para se ter uma ideia, nem as músicas que eu faço, eu lembro como se toca. O Renato faz isso por mim numa boa, ainda bem.
Falando em música, algumas músicas de elevador tem o poder de automaticamente de me levar direto para a infância. Com cara de sábado e dia de faxina. She´s like the wind é uma delas. Coincidência ou não, achei o clipe meio soturno.
Eu sei: às vezes, os TM mais parecem a seção de obituários de um jornal. Não é por mal, nem por fixação pela morte. É que há certos cheiros, certas nuances, que a gente só percebe quando olha para trás. Não é questão de viver no passado e sim de ir catando as pecinhas que formam o mosaico da sua vida e paradoxalmente, quanto menores elas são, mais longe você precisa ir para conseguir enxergar, como se fosse uma obra do Vik Muniz.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Filme de mulherzinha
O enredo é chavão puro, claro, mas a diferença estão nas sequências de humor, baseadas ou em mal-entendidos surreais ou na cara de "ahn?" que só a Nia Vardalos consegue fazer. Tenho boas lembranças dela - foi isso que me motivou a ver o filme na estreia, coisa que nunca fiz. Casamento Grego, um dos seus filmes mais conhecidos, não assisti inteiro, só vi uma temporada da série do mesmo nome alugada em DVD na casa de Bozoca, em um dos momentos mais fundo do poço dos últimos tempos da minha vida, e me arrancou boas risadas. Se a Nia Vardalos me fez rir naquelas circunstâncias, anything is possible.
Além do humor, as paisagens. Ah, as paisagens. Pathernon, Monte Olimpo, Teatro de Epidauro... Uma mais linda que a outra, as tais ruínas onde se perdeu a vida de Georgia. O segredo do sucesso dos chavões de Hollywood está aí. Todo mundo já foi Georgia um dia, a ponto de um dia se olhar e ver que perdeu o viço, o brilho, que não faz mais o que gosta, preferindo o contrário para agradar gente de que você não gosta. E de repente, resolve-se chutar o balde, apertar o botão do foda-se, dar uma imensa banana para o mundo, mas acaba-se por nem precisar. O destino se encarrega de virar a mesa por si só, deixando para si o deus-ex-machina do final da história. Aí que tá, não foi Hollywood que inventou isso. Advinha quem foi?
A virada do personagem é a sua virada. Georgia reencontra seu kefi por você, que respira aliviado quando sobem as letrinhas dos créditos, sem ter movido uma palha para tanto. Não, você não é o único, nem eu, todo mundo faz isso, inconscientemente. E isso não é loucura, é catarse. Aliás, isso é uma maravilha, resolveu sua vida e nem desfez a escova! Acha que foi Freud que postulou sobre este comportamento?
Catarse não é invenção freudiana e sim aristotélica. O discípulo de Sócrates postulou em Poética, o processo catártico da tragédia clássica, que eu descrevi acima à minha maneira, porque obviamente, na Antiguidade clássica não existia chapinha e muito menos salas de cinema. Mas o processo é exatamente o mesmo, a jornada do herói sempre trilhará este caminho.
Vou parando por aqui, antes que vocês pensem que estou falando grego. Encurtando o papo: quem gosta de filme de mulherzinha vai adorar Falando Grego: as mocinhas e os heroicos machos sem medo de comédias românticas. Sim, eles existem.
domingo, 6 de setembro de 2009
Paralelas
Na verdade, não é nada disso. É que ando num momento Paralelas, saca? Correndo a cem por hora atrás de objetivos, trabalhando feito louca, como sempre. "E no escritório em que eu trabalho e (não) fico rico, quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor"... Estou anti-poética, sem inspiração, nem tempo.
Porém, os micos da semana tornaram-se estímulo para eu retornar desse silêncio. Não gosto da desgraça alheia, mas é impossível não admitir que o chá de sumiço do Belchior - o Hugo Possolo soltou um caco sobre o tal desaparecimento em O Papa e a Bruxa e por pouco não caio da cadeira de tanto rir - e o Hino Lisérgico Nacional Brasileiro da Vanusa animaram as duas últimas semanas. Danilinho, num serviço de utilidade pública, me mostrou o video do hino na terça. Foi para isso que o senhor colocou computadores na sala dos professores, seu Serra? Se foi, meus parabéns, é uma excelente medida anti-stress para mestres esgotados pelo magistério. Deos meu, isso não é um mico, é um orangotango vestido de Carmen Miranda.¹ Não o Serra, a Vanusa.
Em entrevista a Silvia Poppovic, Vanusa declarou que estão desprezando seus 41 anos de carreira por conta de um mau momento que ela teve. Também pudera, não é um mau e sim um péssimo momento numa sessão solene da Câmara com nada mais nada menos que o Hino Nacional Brasileiro e na era Big Brother, em que a gente vive com câmeras em toda a parte. É muita ingenuidade. Nem um jogador de futebol tinha estragado nosso hino com tanto garbo e elegância.
O que é curioso é que eu dei mais risada com essa história da Vanusa não com o vexame do hino, mas com uma que Bozoca - a verdadeira - soltou um dia, no carro. Ela disse que quando ouvia Paralelas, na parte em que Vanusa canta "no apartamento, oitavo andar, abro a vidraça...", ela imaginava a cantora num clipe abrindo a janela intempestivamente, com a cabeleira loura chanel tamanho médio esvoaçando ao vento. Mais the 80´s, mais kitsch, impossível.
Quanto ao Belchior, compositor que admiro bastante, ri um tanto lembrando da homenagem feita a ele pelos Mamonas Assassinas no único disco da banda, se não me engano, na quarta faixa. Uma Arlinda Mulher é cuspida e escarradamente uma cópia do estilo de Belchior, desde a voz, a melodia, a batida do violão, até os versos. "Te ensinei os auto-reverse da vida e o movimento de translação que faz a Terra girar, te ensinei que o importante é competir, mas te mato de pancada se você não ganhar..." Sublime, poético, sacada genial daqueles doidos de Guarulhos. Só quem nasceu antes de 1995 entende isso.
Assim, decidi ceder aos apelos da cantora e mostrar um bom - talvez excelente - momento de sua carreira cantando Belchior, em um momento espetacular também. Paralelas é linda, e a gravação da Vanusa é um estouro, de longe a melhor de todas. Justiça seja feita. Todo mundo tem seu momento símio, até Fernando Pessoa disse isso².
Piadas Prontas à la Simão:
1 - O Zé não pediu, mas essa do orangotango coloquei por causa dele. Foi ele que disse que isso era piada pronta.
2 - Se você leu Poema em Linha Reta, do Fernando Pessoa, sabe do que estou falando. Também está farto de semideuses?
domingo, 16 de agosto de 2009
Prenez Soin de Vous
Lembro que eu tinha dito que a minha carta de amor era inentregável, mas não impublicável. O bruto destinatário da carta a leu no blog, onde um monte de gente pôde ler também, alguns saberiam do que tratava, outros não. Sophie fez o caminho inverso. Recebeu uma "entregável" - não de amor, mas de rompimento, não-publicável na visão do remetente e por não saber o que fazer com aquilo, a jogou no mundo, literalmente.
A atitude de Calle é, sem dúvida, surpreendente, é até lugar comum dizer isso. Mais surpreendente ainda é o que ela fez com a carta, quer dizer, as mulheres convidadas por ela para interpretar sua mensagem. De mediadora de conflitos familiares a uma papagaia, passando por uma atiradora e uma dançarina de Bharata Natian, teve de um tudo. A carta foi estripada, virada do avesso. Mas ninguém foi mais certeira que a adolescente, num SMS: "Ele se acha!" (Bruna, essa é pra você. Graças à sua postagem, quando cheguei a exposição, a "opinião" da adolescente foi a primeira que eu procurei lá, hehe.)
Mas... porque só mulheres? Seria um complô feminista? O causador da exposição crê que sim, pelo menos ele disse coisa parecida em entrevista ao Metrópolis durante a FLIP deste ano. Quando vi a exposição, não vi feminismo nenhum, todas examinaram a carta com uma neutralidade quase científica e devolveram-na em outro nível. Só mulheres poderiam fazer isso, afinal, quem recebe um óvulo fecundado no útero e o transforma num novo ser humano? A metáfora é pobre, admito - mas "X" só fez doar o semên. A vários óvulos.
Nota totalmente útil:
http://www.sophiecalle.com.br/ - A exposição está no SESC Pompeia até 07 de setembro.
http://blog.sophiecalle.com.br/ - Transforme sua experiência em Arte. Eu vou mandar o meu trabalho também.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Curtindo a Vida Adoidado
Diretor de "Curtindo a Vida Adoidado", John Hughes morre aos 59 anos
Save Ferris!
terça-feira, 28 de julho de 2009
Extra! Extra! Textículos de Mulher também são poderosos amuletos
Sobre Saramago, Twitter e Mussum Day
Está provado: em matéria de redes sociais, o último grito da moda é o Twitter, mesmo que seja um grito de até 140 toques de teclado, só. Segundo o escritor português José Saramago , não é nem grito, é grunhido mesmo. O escritor, que gosta de lançar mão de "frases longas e bem elaboradas", declarou em uma entrevista ao jornal O Globo, sobre a nova febre: "(...)Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido."
Do grunhido ao sermão, o que importa é o sentido: fazer, não fazer, inventar, que seja. Palavra é subversão.
Ai! Eu não resisto a uma nota no final:
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Piada amywinehouseana pronta 2.0
"O ex-marido da cantora Amy Winehouse, Blake Fielder-Civil, estaria prestes a pedir indenização à artista por ter sido usado como inspiração para músicas.
"É mole? Mas sobe, ora essa! :
fubap.org/vladivostok/tag/amy-winehouse/
Imperdível!
sábado, 18 de julho de 2009
Furo de última hora
01/07/2009 18h07
Karl Malden, de Um Bonde Chamado Desejo, morre aos 97 anos
Um Bonde Chamado Desejo
Assisti a Gata em Teto de Zinco Quente (com um Paul Newman lindo e uma Liz Taylor deslumbrante), e como nunca tinha lido sua obra mais célebre, resolvi dar uma conferida na peça e comprei uma edição barata de bolso de Um Bonde Chamado Desejo e no último domingo, encontrei o DVD da versão cinematográfica deste texto a um preço módico, cujo título em português sei lá por qual motivo se tornou Uma Rua Chamada Pecado. O título original (A Streetcar Named Desire) é a cara do texto, achava mais justo uma tradução literal. Depois eu vi que muita coisa do original foi mudada, para escapar da censura, e que a mudança do título é um fato mínimo em relação a mudança da gênese do conflito da protagonista.
Quando se assiste a um filme baseado em um livro que já foi lido, geralmente a preferência é pela obra original ou a gente lê o livro depois de ter visto o filme e percebe que o filme não é tão bom quanto o livro - li O Diabo Veste Prada e descobri que Andrea Sachs não era aquela tonta com a cara da Anne Hathaway. No caso de Uma Rua Chamada Pecado, mesmo com as perdas em relação original, isso não aconteceu. Adorei o filme. Talvez porque o roteiro foi assinado pelo próprio Tenessee Williams e o diretor foi o mesmo da primeira montagem - Elia Kazan, com o elenco teatral em peso, exceto a protagonista, no filme vivida pela Vivien Leight, que também interpretou Blanche no teatro, só que em Londres (alguém lembra da Scarlett O´Hara, de ...E o Vento Levou ? Então, é ela alguns anos mais velha, mas uma atriz ainda sensacional que correspondeu exatamente à imagem que fiz da quase-doida Blanche DuBois enquanto lia o texto da peça).
Gostou? Morra de inveja:
sábado, 11 de julho de 2009
Ídolos
sábado, 4 de julho de 2009
Orgulho de ser gente
O fato é que certas coisas foram feitas para não dar certo e a Educação escolar, nos moldes tradicionais, é uma delas. Até porque se der certo, um monte de burocratas sentados vão perder o emprego. A gente trabalha engessado, escola é uma instituição engessada, num formato que remonta ao fim do século XVIII, aliás! Ou seja, não existe fracasso escolar, ele está dando muito certo.
Estou, a partir de agora, na contramão do coro de lamentações que até nós, professores ajudamos a engrossar: está na hora de falar de iniciativas bem-sucedidas.
A Secretaria Municipal de Educação possui um projeto de rádio escolar intitulado EDUCOM e a escola onde trabalho participa deste projeto. Como estava parado há algum tempo e na iminência de perder os equipamentos por conta disso, a coordenação pedagógica pediu para reativarmos este projeto, repletos de possibilidades pedagógicas. Nova na escola, senti meus olhos míopes brilhando neste momento, afinal eu sempre quis trabalhar com rádio, e é lógico que dei meu nome e a cara à tapa para participar desta empreitada.
Então só posso agradecer ao poder ultrajovem destes meninos e meninas. Será que vou esquecer de alguém? Vamos lá: Murilo, Douglas, Victor, Fabio, Jéssica, Sarah, Eduarda, Cássia, Cris, Alan (o único valente a operar o som das 8 às 15 da tarde), Prof Nelson, pioneiro nesta iniciativa e veterano da Radio Jovem Cidadão, e à Mariana, minha parceira no Velharia: aquele abraço!
Lembrando a todos que estamos apenas começando, porque muita coisa boa ainda está por vir!
Uma cambalhota coletiva para os que ainda preferem o fracasso escolar!
Nota:
1. Lembrei. O nome do cabra é Gustavo Ioschpe. O bonitão fez mestrado em Economia em Yale! Mas por que cargas d´água não vai falar de Economia? Só a Veja para nos brindar com bobageiras-de-terno de tão alto nível.
2. A imagem não precisa de créditos, porque é minha-feita-por-mim-mesma. Quem quiser ver as outras, estou postando no Orkut.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Peeeeeeeense positivo!
- Não ter pontas duplas no cabelo;
- Usar o Bankline;
- Lembrar de usar o Renew para sinais mínimos de envelhecimento facial;
- Utilizar fio dental;
- Ir para a balada no final de semana, mesmo morrendo de sono;
- Lembrar de mandar uma carta para o meu primo;
- Fazer musculação quando não estou com a menor vontade;
- Fechar a boca (isso serve tanto para comer como para falar menos);
- Fazer book para meu currículo de atriz - puro, casto e imaculado no momento;
- Mesmo sem tempo para nada, achar que sinto falta de um namorado, sendo que não sei há espaço para um na minha neste exato momento e por fim:
- Escrever textículos engraçados, mas consistentes, inspirados e com regularidade para a Seleta Audiência que agora monitoro de perto no Google Analytics - mais uma tarefa inútil para minha vida, mas essa ao menos mata minha curiosidade insana, se alguém realmente lê este Festival de Bobagens neste mar de blogs sem fim.
E depois de tudo isso sou obrigada a ter tempo para pensar positivo?!?!?! Fala sério. Sou obrigada a fazer uma auto-citação:
"(...)Rabungentices à parte, o pior dessas auto-ajudices não é a pilha de clássicos que as pessoas deixam de conhecer. É essa obrigação permanente e implícita de vencer sempre, se dar bem sempre, ser bem comida sempre, sorrir sempre. (...)"
...Melhor mesmo é não pensar. Quem diria que eu terminaria este texto à maneira zen, hein, Alice Ruiz*?
Nota inutiél:
*Por pura sem-vergonhice não escrevi sobre a oficina de hai-kais que fiz com essa figura fodástica no Sesc Pompeia em abril. Quem sabe me dá na telha um dia desses, mas com certeza é uma experiência que pre-ci-sa ser compartilhada.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Vergonha de ser gente
Já disse isso anteriormente, e isso não é papo café-com-bolacha¹ apenas. É fato. A falta de valores em que se basear é tão grande que dia desses, me dei conta que esse tipo de discurso que defendo são valores burgueses puríssimos - escola, família, lutar pra ter um emprego, etc. Por mais à esquerda que eu me considere, fui criada à maneira pequeno-burguesa e outra, a crise de valores está tão grande que qualquer valor serve - burguês ou não. Se eles ainda valessem alguma coisa, a atual juventude teria porque lutar, mas como não tem, estão cada vez mais letárgicos e agressivos - outra contradição.
Preciso dizer que a primeira notícia mostra que este caso não passa de um refinamento de algo que existe desde tempos imemoriais na instituição escolar - o bullying - com a diferença de que este citado agora fez uso das chamadas mídias 2.0 (Orkut, principalmente). A segunda trata-se de mais uma descoberta da pólvora. Escola é, por excelência, uma instituição cruel com as pessoas, por ser um microcosmo da sociedade, uma amostra grátis do pior do ambiente em que a gente vive. Muita gente não entende o oximoro que sou: quando criança e adolescente, adorava estudar, mas detestava escola, assim como sou hoje uma professora que adora seu ofício, mas que odeia a instituição escola o triplo que odiava nos seus tempos de estudante. Ô lugarzinho medíocre, e olha que adoro as minhas escolas (eu não contente com uma, tenho duas dores de cabeça para privilegiar os dois lados do cérebro).
O poder ultrajovem vem aí. Aguardem!