terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pano pra manga

A garota Geisy fez o milagre da multiplicação dos tecidos. Seu suposto microvestido deu pano pra manga, nacional e internacionalmente.

Escrevi no domingo, segunda de manhã, a UNIBAN anuncia a expulsão da aluna, com um discurso pra lá de TALEBAN. Depois, MEC aperta, UNE e entidades feministas também, a instituição volta atrás e revoga a expulsão. A única coisa que não mudou é que nenhuma punição foi sequer cogitada a quem participou da arruaça. Claro, vai desagradar o público pagante? Uma coisa é um aluno, uma mensalidade. Outra coisa são quinhentos alunos, quinhentas mensalidades. E ainda acham que vão convencer alguém falando de moral. Moral de uc é rloa, mermão. Agora o discurso é que promoverão "medidas educativas" com os envolvidos no incidente.

A farofa continua, os alunos vaiaram o protesto da UNE e a Unitaleban (ou Uniburca, como vi em algum lugar) ficou com medo da repercussão negativa em torno da instituição, recuando na sua decisão e o MEC também arquivou o caso. Agora o papo de hoje é especulação em torno da especulação que revistas masculinas poderiam talvez estar fazendo agora para quem sabe ter a aluna na capa de uma dessas publicações. Essa conversinha mole convenceu alguém? Tempo!

Como já disse, ela não tem condições de se tornar ícone feminista, por mais que as entidades militantes tentem fazer isso dela. O máximo que ela consegue mesmo é ser celebridade instantânea. Mas fica a discussão de como os estudantes de ensino superior têm sido cada vez mais sectários, com um discursinho vazio e conservador, típico de quem estuda não para adquirir mais conhecimento ou para ampliar a perspectiva com que veem o mundo e sim, para única exclusivamente "obter uma qualificação profissional para conquistar uma posição de destaque no concorrido mercado de trabalho". Não é esse o tom publicitário de qualquer Unicoisa que a gente vê por aí?

O resultado está aí: diplomas e cérebros de minhoca fabricados em série, a toque de caixa. E quem acha que isso é coisa de instituições particulares que pipocaram a partir da segunda metade da década de 90, está enganado. Alunos de instituições públicas* e tradicionais também estão com sério atrofiamento mental. Vizinhíssimo, mestrando em História, sempre fala do desencanto com que vê na bicharada que entra na USP ultimamente, por exemplo. Trabalhei com alunos da PUC como estagiária numa exposição e alguns deles eram tão tontinhos e vazios que até desencanei do complexo de vira-lata que eu tinha de não estudar em uma grande instituição tradicional.

Não estou falando só na teoria. Estudei numa instituição pequena, com público C e D, conservadora até as tampas. Vi muitos colegas que só estavam a fim de conseguir o diploma ao final de três anos e de preferência, na Lei do Mínimo Esforço. As instituições estimulam esse pensamento. Esqueçam da visão iluminista da universidade como templo de conhecimento, isso é coisa do passado, na visão pragmática e mercantilista com que a Educação é tratada nos nossos tempos. Penso, logo desisto.

*Exceção: Nem tudo está perdido. No meio das notícias sobre o caso da Uniburca, surge que uma que destoa do tom fútil com que o caso é tratado pela farofa midiática. Alunos da UnB promoveram um protesto hoje em frente a reitoria da universidade em apoio a aluna da Uniban e denunciando casos semelhantes de violência contra a mulher e outras minorias acontecidos na instituição de Brasília. Alguém precisa reagir. Meus bichos feministas voltaram, oba!

2 comentários:

¡B! disse...

quer seja o que digam puta também estuda... mas é um pleonasmo também microvestido-revista masculina...de sainha não pode mas maconha e cocaína nas universidades pode, e ninguém fica pelado pra prostestar...

Frida f5 disse...

É, ninguém se salva. Universidade pública, privada, dá na mesma.