Todo mundo já pegou este bonde, eu por pouco não me esmaguei nele, descendo ladeira abaixo. Tenessee Williams mostrou que pegar este bonde pode ser trágico, mas não se desiste dele. Tomei uma overdose desse cara nos últimos tempos.
Assisti a Gata em Teto de Zinco Quente (com um Paul Newman lindo e uma Liz Taylor deslumbrante), e como nunca tinha lido sua obra mais célebre, resolvi dar uma conferida na peça e comprei uma edição barata de bolso de Um Bonde Chamado Desejo e no último domingo, encontrei o DVD da versão cinematográfica deste texto a um preço módico, cujo título em português sei lá por qual motivo se tornou Uma Rua Chamada Pecado. O título original (A Streetcar Named Desire) é a cara do texto, achava mais justo uma tradução literal. Depois eu vi que muita coisa do original foi mudada, para escapar da censura, e que a mudança do título é um fato mínimo em relação a mudança da gênese do conflito da protagonista.
Quando se assiste a um filme baseado em um livro que já foi lido, geralmente a preferência é pela obra original ou a gente lê o livro depois de ter visto o filme e percebe que o filme não é tão bom quanto o livro - li O Diabo Veste Prada e descobri que Andrea Sachs não era aquela tonta com a cara da Anne Hathaway. No caso de Uma Rua Chamada Pecado, mesmo com as perdas em relação original, isso não aconteceu. Adorei o filme. Talvez porque o roteiro foi assinado pelo próprio Tenessee Williams e o diretor foi o mesmo da primeira montagem - Elia Kazan, com o elenco teatral em peso, exceto a protagonista, no filme vivida pela Vivien Leight, que também interpretou Blanche no teatro, só que em Londres (alguém lembra da Scarlett O´Hara, de ...E o Vento Levou ? Então, é ela alguns anos mais velha, mas uma atriz ainda sensacional que correspondeu exatamente à imagem que fiz da quase-doida Blanche DuBois enquanto lia o texto da peça).
Assisti a Gata em Teto de Zinco Quente (com um Paul Newman lindo e uma Liz Taylor deslumbrante), e como nunca tinha lido sua obra mais célebre, resolvi dar uma conferida na peça e comprei uma edição barata de bolso de Um Bonde Chamado Desejo e no último domingo, encontrei o DVD da versão cinematográfica deste texto a um preço módico, cujo título em português sei lá por qual motivo se tornou Uma Rua Chamada Pecado. O título original (A Streetcar Named Desire) é a cara do texto, achava mais justo uma tradução literal. Depois eu vi que muita coisa do original foi mudada, para escapar da censura, e que a mudança do título é um fato mínimo em relação a mudança da gênese do conflito da protagonista.
Quando se assiste a um filme baseado em um livro que já foi lido, geralmente a preferência é pela obra original ou a gente lê o livro depois de ter visto o filme e percebe que o filme não é tão bom quanto o livro - li O Diabo Veste Prada e descobri que Andrea Sachs não era aquela tonta com a cara da Anne Hathaway. No caso de Uma Rua Chamada Pecado, mesmo com as perdas em relação original, isso não aconteceu. Adorei o filme. Talvez porque o roteiro foi assinado pelo próprio Tenessee Williams e o diretor foi o mesmo da primeira montagem - Elia Kazan, com o elenco teatral em peso, exceto a protagonista, no filme vivida pela Vivien Leight, que também interpretou Blanche no teatro, só que em Londres (alguém lembra da Scarlett O´Hara, de ...E o Vento Levou ? Então, é ela alguns anos mais velha, mas uma atriz ainda sensacional que correspondeu exatamente à imagem que fiz da quase-doida Blanche DuBois enquanto lia o texto da peça).
O brucutu Stanley Kowalski é um caso à parte. É mau-caráter, nojento, semi-humano, mas está no corpo (e que corpo!) do Marlon Brando, interpretando seu personagem com uma fúria impressionante. Morre-se de ódio e de tesão por este cara.
Este DVD é um verdadeiro achado: duplo, no primeiro disco apresenta o filme em sua versão integral, contendo as cenas cortadas para o filme não ser condenado pela Legião da Decência(Pensou sacanagem? Foi só o olhar decidido da Stella antes de correr para seu marido depois de ter tomado uns sopapos do próprio e o blues quente que toca ao fundo no primeiro contato de Blanche e Stanley, simbolizando uma tensão sexual entre os dois) e o segundo, com extras sobre a montagem teatral, o teste de Marlon Brando para Um Rebelde Sem Causa (para o personagem que se tornou antológico com James Dean), detalhes sobre a censura e os takes não utilizados para o filme.
Fui totalmente tragada pelo filme, chorei mais de uma hora pelo trágico destino de Blanche Dubois e perdi uma rara tarde de ócio com este DVD de Informações Especiais. Não sou cinéfila, só ando louca por cinema ultimamente. :P
Gostou? Morra de inveja:
Uma Rua Chamada Pecado, 1951. Dir: Elia Kazan. Com Marlon Brando, Vivien Leight, Kim Hunter e outros.
Um Bonde Chamado Desejo, de Tennesse Williams. Tradução de Beatriz Viégas-Faria. L&PM Pocket, 2008.
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