quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Balada do cachorro louco

"O  homem que hoje me amar 
encontrará outro homem lá dentro.
Pois que o mate."
Elisa Lucinda

Demorei a te matar, mas matei. Passei algum tempo sofrendo por não saber o que fazer com o corpo, mas de uma hora para outra, eis que surge a grande ideia: dei-o de comer para meus cachorros.

 

Como não pensei nisso antes? Na verdade, eu sei. Tua carne é indigesta, dura, tem o gosto amargo. Comê-la não foi nada fácil, mas valeu a pena. Meus cãezinhos, agora regalados, podem sair por aí para passear um pouco e quem sabe cruzar com uma cadela rebolante mais no cio do que eu. 

Quando descobri, foi de matar. Você não vale uma foda, camarada, e como paguei caro por isso. Mas como virou comida de cachorro, seu destino é o mesmo de toda comida. Adieu!