sexta-feira, 10 de abril de 2009

Corpitcho Bacana

Para manter este corpitcho bacana, resolvi me matricular em uma academia. Ainda acho coisa de maluco, mas fazer o quê? Metabolismo é luxo, ou pensa que todo mundo é como o Fê, meu primo, que come feito lima nova e não engorda nem a pau?
Vocês precisam me entender, meus heróis não são ratos de academia. Vocês conseguem imaginar a Billie Holiday numa aula de step? O Renato Russo puxando ferro ou Fernando Pessoa correndo na praia, recitando: Ó mar portuguez*, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal? Ah, faça-me o favor!
Sempre achei academia um sofrimento sistematizado. "Um, dois, três, vamo lá, gente!" E na minha primeira aula de step, eu tive certeza. A cena, se fosse editada em preto e branco e com um ragtimezinho de fundo, viraria esquete cômica de cinema mudo, sem perder para Buster Keaton ou Chaplin. Com a diferença que eu não estava representando. Odeio passinho e esforço físico, que merda fui fazer lá? Perder peso, oras! Mas logo vi que esse não era o caminho.
Já são três meses dessa epopeia fitness, com bons resultados, admito, mesmo ainda detestando roupas de academia (acho legging a coisa mais horrível do mundo, não entendo como tem gente que usa isso no dia-a-dia) e vendo instrumentos de tortura nos aparelhos de musculação. Eles não me causam medo, mas acho que eles tem um design parecido, sei lá.
A ideia era fazer Fit Ball (aula de alongamento junto com ball pilates), porque sempre achei elasticidade mais importante que enrijecimento, mas os horários das aulas não batem com meus horários. Uma pena, porque realmente adorei. Aí fiquei com a musculação mesmo, já que detestei aquelas aulas aeróbicas. Até que me adaptei, porque não perco um dia sequer da minha única aula semanal, já que o horário anda apertado. E percebi que vale a pena. Dancei um rockabilly ontem e nem arfei direito, sendo que, com meus antigos 74 Kg, eu terminaria a música botando os bofes pra fora.
Ainda não saquei bem qual é a desse textículo. É para divulgar os benefícios da vida saudável, sendo que ainda resisto e grito aos quatro ventos que não sou saúde? É para dar boletim de Caras da minha vida sem graça? Para provar que estou melhor que o Fenômeno (fenômeno do quê?) e já sequei mais peso que ele? Pode ser tudo isso misturado, não sei direito. É que eu acho engraçado não me ater a rótulos, afinal não sou saúde, mas também não quero ficar a vida inteira me xingando quando vejo que fiquei tão bonita quanto um tanque de guerra vestido nas fotos. Ou lamentando meus antigos 52 Kg nos tempos pré-junkie, quando eu fazia natação e até sonhava com a carreira esportiva, na única modalidade que eu realmente gosto.
A real de tudo isso é que esta história começou mesmo como na canção da Maria Rita: "Juro que tentei mudar/Para algum lugar longe daqui/(...)/Mas eu resolvi voltar/Não adiantou nada fugir/O mundo é que mudou/(...)/Pra manter esse corpitcho bacana/Acho até que vou virar marombeira/Corro o calçadão de Copacabana/De segunda a sexta-feira...
Eu queria sumir mesmo, mas não adiantaria, meus fantasmas permaneceriam comigo. Então me fixei neste objetivo que poderia ser outro, mas por um acaso, resolvi encarar de frente a minha vontade de ter meu corpo de volta. Assim meus detratores me verão maaaaaaaaaagra! É rídiculo, eu sei, mas é divertido. E aí, que tal um supino reto, hein?

2 comentários:

Luiz disse...

Estava devendo esse não Texticulo né Vizinhissíma? Sou assim também, gosto do pé na lama, mas às vezes sinto um pouco de falta de ser saúde hehe, mas me dá uma preguiça....rs

Frida f5 disse...

Dizem que a tartaruga é lerda daquele jeito e só vive 100 anos! Sem contar a baleia que nada o dia inteiro, só bebe água e é gorda! srsrsrr....