domingo, 19 de abril de 2009

Abril Pro Rock*

Não só pro Rock, mas também, pro soul, jazz, choro, MPB... Aproveitando a onda de bons shows em 2009, o mês de abril segue fodástico. Sem grandes shows (em porte, que fique bem claro), como o do Radiohead ou do Ney - sorvidos sem vão receio no mesmo fim de semana - neste mês, estou aproveitando ótimos shows nos Sesc´s da cidade, coisa que faço com assiduidade, dado o excelente custo-benefício da coisa. Todos, evidentemente, mereceriam textículos à parte, mas para deixar a audiência texticular salivando, resolvi contar todos em uma talagada só.

Época de Ouro e Nó em Pingo D´água (Sesc Vila Mariana, 11/04/2009): Comprei para ver o Época de Ouro, antológico conjunto de choro fundado por nada menos que Jacob do Bandolim. Hoje, o único da formação original é o Jorginho do Pandeiro, mas o grupo mantém a tradição do chorinho de corte clássico, diferente do Nó em Pingo D´água, grupo carioca já das antigas, mas que faz um choro mais experimental e até pop. Deu até vontade de voltar a estudar violão só pra tocar choro. Detalhe que neste palco em 2004 vi o mestre Sivuca tocar, já bem velhinho e doente, mas não menos endemoniado com seu acordeão. Vi também o Mawaca e a Fernanda Porto neste palco. Deu saudade, viu. Mais um show antológico entrou para esta coleção.

Ed Motta (Choperia do Sesc Pompeia, 17/04/2009): Show há muito tempo aguardado, porque sei que é um evento raro. Várias vezes já ouvi o Ed Motta falar em entrevistas que prefere ficar compondo no estúdio do que fazer turnê e talz. Então, a Bozo de Calça Roliça aqui achava que seria um show sei lá, intelectualizado. Que nada, um show de Stand-up Comedy não seria tão engraçado. O Ed é um adorável doidão, como um nerd que viaja careta e falou de um tudo: desde taxistas que confundem as músicas dele com as do seu tio, Tim Maia, até questões de altíssimo cunho filosófico como: "Por onde estará Stevie Wonder?" E é claro, ele e sua banda tocaram, por assim dizer, pracaralho. A-do-rei! Passei por um doce dilema na noite desta sexta: meus amigos e companheiros de banda, Zé e Forrest estavam num show do Scandurra na mesma hora e tinham me chamado também. Só não fui porque as entradas do show do Ed estavam compradas há umas duas semanas pelo menos. Não obstante os apuros passados (meus pais quase foram barrados no baile por suas carteirinhas do SESC estarem supostamente vencidas e os meninos "roubaram" a mesa de um noia em um boteco nas imediações do Clube Berlin, onde aconteceu o show do Scandurra), essa sexta foi no mínimo fecunda, em matéria de bons shows.

Lô Borges e Milton Nascimento (Teatro Paulo Autran, Sesc Pinheiros, 18/04/2009): Não sei se o Lô Borges foi genial ou fez uma cagada em chamar o Milton Nascimento para fazer parte de seu show, porque todo mundo foi lá para ver o Milton. Apesar de a-m-a-r as músicas do Lô Borges, eu tava a fim mesmo era de ver o mestre, porque Milton Nascimento É uma lenda viva da música brasileira. Show perfeito, mesmo com a rasgação de seda mútua entre Milton e Lô. Como era um show de mineiros, eles contaram uma série de causos, até de sapos cantores acompanhando "Para Lennon e McCartney", com o Milton regendo o coro de anfíbios. (Mas eu e o Zé chegamos a conclusão que eles deram é uma bela lambida nas costas de um cururu para ter uma viagem dessas.) Durante o show, passei por vários momentos em que abri minha boca à la Didi Mocó, porque foi um clássico atrás do outro, só pra citar alguns: Paisagem da Janela, Um Girassol da Cor do seu Cabelo, Nada Será Como Antes, Dois Rios, Resposta, Para Lennon e McCartney, e Clube da Esquina 2, que eu amoooooooo! Quase me joguei do balcão do Teatro Paulo Autran, de tanto tesão auditivo e saí de lá feliz por ter um sanguezinho mineiro correndo nas veias (meu avô paterno era mineiro de "Bêrába"), porque eita gente pra fazer música boa, sô!

Los Porongas (Livraria Cultura do Shopping Bourbon, 18/04/2009): Opa, dois shows no mesmo dia? Sim, senhores! Antes de partir pro Sesc Pinheiros, estava de bobeira na Livraria Cultura, quando me vi subindo as escadarias da loja atraída pelo som da banda, tal e qual Pica-Pau sendo levado pelo cheiro de uma comida apetitosa. Peguei uns 15, talvez 20 minutos de show e fiquei hipnotizada pelo vocal afinado e ao mesmo tempo urrado, o lirismo das letras e o teclado endemoniado do violonista/tecladista que algumas vezes até me lembrou o Ray Manzarek, dos The Doors. Os caras tem uma alquimia com estes estes ingredientes na mesma medida que nós do In-pessoa estamos buscando desde que começamos. Agradabilíssma surpresa, tanto que no final fui trocar uma ideia com o baixista, o Magrão, pra saber se os caras tem My Space. E tem, oras! Segura essa: www.myspace.com/losporongas.


Gente, quem quiser que conte outra porque este final de semana me deixou exausta! Beijo do Bozo!
*Referência ao mítico festival de música independente de Recife: www.abrilprorock.com.br

3 comentários:

Anônimo disse...

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José disse...

genteeeee é sério o Lô Borges ci lascou-se!!!!! Milton Nascimento fez com que eu de fã começasse a amar ele o kara é fodaaaa morran de inveja mortais kkkkkkkkk e eu que pensei q depois do Radiohead não iria ver mais nada q me impresiona-se... tomei um rodo do destino e pude ver ainda na integra um show do Clube da Esquina
Vivaaaaa Flávia e todos seus texticulos!!!!
Pq a chama não tem pávio.

Frida f5 disse...

Eu tb não tenho pavio...pelo menos diz assim o meu pai! Acho que a gente vai se impressionar muito ainda, Zé!!!