Lope de Vega
Assisti a esse filme ontem no Unibanco da Augusta, depois de ter visto o cartaz no Unibanco da Pompeia e não ter conseguido assistir porque já tinha saído de cartaz por lá. Fora os oscarizados e as boas animações 3D, são os filmes mais babacas que sustentam a audiência das salas de cinema de shopping - o cinema do Bourbon é uma exceção, também apresenta opções que fogem do blockbuster. Logo, um filme que ficou pouquíssimo tempo em exibição no cinema de um shopping deveria ser no mínimo interessante. Gazelita descobriu que ainda havia sessões rolando no Unibanco da Augusta e a gente se mandou para lá.
Na verdade, não foi só um instinto anti-mainstream que me atraiu para assistir Lope. Lope de Vega é um dos maiores dramaturgos da história do Teatro, tanto em volume de trabalho - já que escreveu feito louco - quanto por suas inovações em termos de dramaturgia e encenação. Eu não conheço a sua vastíssima obra em profundidade (e a professorinha de Artes Cênicas deveria, né?). Mesmo que neste tipo de filme tenha quase sempre injetada uma boa dose de ficção, eles sempre ajudam a entender o contexto histórico do período em que criou, suas referências estéticas, a atmosfera da época. Shakespeare in love fez a mesma coisa pelo Bardo e levou Oscar, quem sabe Lope não leve também no próximo ano.
Qualidade de produção para isso o filme tem. É uma co-produção Brasil-Espanha, com Andrucha Waddington na direção, Selton Mello e Sonia Braga no elenco. O único filme que eu tinha assistido dele foi Eu, Tu, Eles, que é ótimo e totalmente diferente em temática de Lope.
O início é cozido em fogo lento, quase parece monótono. Na verdade, é sua intrincada trama sendo urdida aos poucos. Quando o circo está armado por completo, aí é que fica bom. E ele literalmente pega fogo. Lope é a personificação do artista subversivo, audacioso e intempestivo, que arranja confusão com meio mundo porque não aceita se vender por pouca coisa, mesmo que estivesse tão ferrado a ponto de vender o almoço para comprar o jantar; habilidoso com a pena e com a espada, não leva desaforo para casa e adora se meter - literalmente - com a mulher errada. E elas adoram - afinal, ele as enlouquece com seus românticos sonetos e seus calorosos amassos. (Sem uma sacanagem, a história de um poeta louco de amor seria simplesmente inverossímil. Fosse eu uma donzelinha madrilenha em meados do século XVI, teria dado pra ele fácil, fácil. Ninguém é de ferro, né? Eu menos ainda.)
Moral da história: nem só de Almodóvar vive o cinema espanhol, nem só de Globo Filmes vive o cinema brasileiro.
Qualidade de produção para isso o filme tem. É uma co-produção Brasil-Espanha, com Andrucha Waddington na direção, Selton Mello e Sonia Braga no elenco. O único filme que eu tinha assistido dele foi Eu, Tu, Eles, que é ótimo e totalmente diferente em temática de Lope.
O início é cozido em fogo lento, quase parece monótono. Na verdade, é sua intrincada trama sendo urdida aos poucos. Quando o circo está armado por completo, aí é que fica bom. E ele literalmente pega fogo. Lope é a personificação do artista subversivo, audacioso e intempestivo, que arranja confusão com meio mundo porque não aceita se vender por pouca coisa, mesmo que estivesse tão ferrado a ponto de vender o almoço para comprar o jantar; habilidoso com a pena e com a espada, não leva desaforo para casa e adora se meter - literalmente - com a mulher errada. E elas adoram - afinal, ele as enlouquece com seus românticos sonetos e seus calorosos amassos. (Sem uma sacanagem, a história de um poeta louco de amor seria simplesmente inverossímil. Fosse eu uma donzelinha madrilenha em meados do século XVI, teria dado pra ele fácil, fácil. Ninguém é de ferro, né? Eu menos ainda.)
Moral da história: nem só de Almodóvar vive o cinema espanhol, nem só de Globo Filmes vive o cinema brasileiro.
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