sábado, 9 de outubro de 2010

Corpitcho bacana 2.0

Ainda não está totalmente bacana, é verdade, mas está infinitamente melhor do que era há menos de 6 meses atrás. Todos andam me perguntando o que eu fiz, já que a diferença é espantosa até pra mim: 12 kg a menos em 4 meses, sem remédios, dietas malucas ou malhação incessante. Então eu vou contar, e se servir para animar alguém que queira emagrecer - ou seja, quase todo mundo - já terei feito a minha boa ação do dia.

Foram mais de 10 anos de sobrepeso. Na época em que eu nadava, pesava 52kg e devorava um cachorro-quente a cada vez que saía do Baby Barioni. O ponteiro da balança não estava nem aí, nem se mexia.

Esta época também era anterior à minha vida de "jazz e bebida": sem noitadas, cigarro ou álcool. Parei de  nadar com 15 anos e começou minha vida junkie. Claro que engordei, só melhorou um pouquinho quando voltei a nadar. Mas parei de novo para estudar e fodeu!

Eu cheguei ao fundo do poço, quase 76 Kg - e eu sou um salva-vidas de aquário de 1,59m. Foi nessa que me matriculei na academia e somada à cirurgia de extração dois dentes do siso, eu emagreci uns 8 kg e estacionei.

Larguei, troquei de academia e nada. Claro, a alimentação estava exatamente igual à de antes, jamais faria efeito. Sem contar que não aprendi a gostar de academia nem com reza brava. É chato, odeio música que toca na academia, odeio roupa de academia e nem tem como olhar para homem bonito, porque o "tipo atlético" me dá agonia. Será que ninguém conta para os homens-coxinha que passam a vida inteira malhando só membros superiores e tórax que é HORRÍVEL aqueles braços enormes, se descendo o olhar a gente encontra um par de canelas de sabiá? É feio, desproporcional, deselegante. Regatinha mamãe-sou-forte também é péssimo, só ficava bem no Freddy Mercury. Resultado: minha incursão pelo mundo fitness foi um fracasso retumbante. Estava até engordando outra vez.

Mas a Betona salvou minha pátria. Ficou sabendo de um grupo de reeducação alimentar de uma paróquia próxima à nossa e me avisou. É um grupo pequeno e fechado, quase que somente as senhoras da igreja participam, com bons resultados. A Luciene, amiga da minha mãe, que me iniciou no grupo. Parece até maçonaria o negócio.

O grupo funciona de maneira bem similar ao Vigilantes do Peso. Semanalmente, o grupo se pesa, anota-se o resultado, recebe uma sugestão de cardápio e um incentivo  - ou puxão de orelha, dependendo da situação. Tudo isso até você chegar no seu objetivo, ninguém diz a você onde tem que chegar. A gente é quem decide e vai atrás. Algo incrivelmente simples e eficiente.

Obviamente, nada fácil também. No começo, é terrível comer metade - ou menos - do que se estava acostumada a comer, parece que o estômago vai passar para o outro lado, mas logo vem a outra refeição e é possível segurar a bronca. E assim foi: um quilinho ou um pouco menos, por semana, desde junho.

Faço agora um esforço para comer SEMPRE vegetais, frutas e legumes, o que nunca foi o meu forte. Em tese, nada é proibido. Ainda como pizza, doces e chocolates, mas na quantidade adequada. (Aliás, foi o que me atraiu para este grupo foi o fato de quem nenhum grupo alimentar é definitivamente cortado.) Ainda tenho umas pirações alimentares de vez em quando, mas aprendi a me controlar. Aliás, percalços fazem parte do caminho. Ana, a nossa grã-mestra, quando estava a um único quilo de seu objetivo, teve uma recaída que a fez recuperar todo o peso que tinha perdido. Lição número 1: excesso de peso não se perde, se elimina. Sumariamente.

Faz quase um mês que não apareço no grupo. Estou na fase da manutenção, depois de alcançar meu objetivo inicial. Só que não me dei por vitoriosa, até porque o emagrecimento me causou alguns probleminhas. O primeiro é que estou mais caída que a Dercy antes da primeira plástica, o que significa que vou ter que tomar vergonha na cara e voltar a fazer atividade física, uma que eu realmente goste. O segundo problema - mais prazeroso em resolver - é a necessidade de renovar meu guarda-roupa a toque de caixa, mas eu sou a Leide Keite ao contrário - tenho glamour, o que não tenho é grana. Mas já rezei para Nossa Senhora do Limite para meu cartão de crédito não estourar.

Estou feliz por tudo isso. Não só pela forma física, mas por ter percebido algo em que via de regra não acreditamos - a gente pode mais do que imagina. E olha que nem li auto-ajuda nestes últimos tempos.

Para quem se animou com este textículo magrinho, um conselho: é bom comprar uma balança, porque eu vou voltar no assunto. E força na peruca, a temporada de orgias alimentares de fim de ano está chegando!