segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sonho de um sonho 2.0

Há tempos não falo diretamente com vocês que me leem, eu sei. Ando preferindo o discurso indireto, não quero mais falar nada. Deixo que a dor fale por si mesma, deixo que ela cante, grite, role no chão. Não dá para racionalizar este discurso, se isto for mesmo um discurso. Eu queria mesmo era dormir e já acordar em outro ano, outra vida, e que o passou antes fosse tido como uma alucinação, o sonho de um sonho ruim.

Aliás, para que servem os sonhos? Diz o Segismundo que os sonhos, sonhos são. Não necessitam de porquê. Quando a realidade é muito dura e não se consegue olhar diretamente para ela, olhe para seus sonhos. Foram eles que me salvaram de um tombo maior. O que me dói é justamente é esse contato cru com a realidade. Lucidez pura enlouquece. Bem fazia Raulito em misturar a dele com a sua maluquez. 

Falando em sonhos, vou compartilhar com vocês algo que parecem estar procurando.


O segundo texto mais acessado deste cafundó é Sonho de um sonho, mas o texto que ele apresenta é feito de partes do poema original. Era a minha versão deste poema, ou melhor, da Susi, que anda mais viva do que nunca nestes últimos tempos. 

E olha que engraçado, ele agora me retrata inteiro, que acordei que estava sonhando, que queria sonhar mais, que queria que esta realidade bizarra fosse de fato o sonho. Certas coisas nos esperam a vida toda. O Drummond, este livro, este poema, tudo. 

De: ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
(Está no livro Claro Enigma). 

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