sábado, 21 de junho de 2008

Mulheres

Apesar deste Blog de Vida Dupla Mais Sem Audiência do Ciberespaço chamar-se Textículos de Mulher, sempre enfatizei os Textículos e nunca o Mulher. E hoje é o dia. Nunca contei o quanto gosto de ser mulher. É fascinante, apesar da TPM e da depilação com cera quente.

Mulheres não são perfeitas, são perfectíveis. Quando o macho previsível crê que tudo sabe sobre elas, elas já não são mais as mesmas, passaram por mais uma metamorfose. Quando se pensa que estão rendidas, destruídas, ou simplesmente, apaixonadas, o macho perdido toma delas uma bela rasteira, um frango daqueles de deixar qualquer goleiro desmoralizado. E eles parecem não aprender nunca.

É duro ter que me repetir. Então, deixo o resto pra Elisa Lucinda, que esgotou a questão com o fantástico “Aviso da Lua que Menstrua”:

Aviso da Lua que Menstrua

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua…
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moçoàs vezes parece erva, parece hera

cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidades

e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita…
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente

que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!

Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elementoa tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na “vera”conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela

delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado

ou sem os devidos cortejos…
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a “cidade secreta”a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.

Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não despreze a meditação doméstica.
É da poeira do cotidiano

que a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurando
e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!…
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado

tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir

chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:

VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha…ora, não ofende.

Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!


Ah! E um pequeno PS: acho uma tremenda bobagem esse papo de “homens são de Marte e mulheres são de Vênus”. My love is Venus too.


Textículo jorrado em 21/06/2008

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