quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mais aniversários

O Textículos também estão aniversariando. Já são quatro meses de muita Licença Poética para um Festival de Bobagens, celebrando meus Vinte e Poucos Anos Blues, externando minhas pequenas revoltas humanas. Qual a importância disso para o Universo? Ora, nenhuma! Este ainda é o Blog Literário Mais Sem Audiência do Ciberespaço, que agora entra em vida dupla. Desde 24/05, os Textículos também existem em versão Wordpress, já que a minha Pouca e Seleta Audiência tem reclamado que não tem dado pra comentar aqui, e eu sou uma blogueira carente, preciso destes comentários. Por enquanto, os Textículos seguem nas duas versões, afinal, segundo a anatomia humana, testículos (com 's' mesmo) existem em par, né? :P
E esta cambalhota é para todos!
Textículo jorrado em 28/05/2008

Feliz Aniversário, Monicats

Ou Atualizações Inúteis

Tem textículo que já nasce velho, coitadinho. No dia em que Sobre o Tempo foi publicado, virando a madruga já, outra Vinte e Poucos Anos Blues estava completando pontos no programa de milhagem, e ficou brava comigo porque não fui ao Inferno com ela comemorar seu aniversário. Mas como curto muito essa garota, publico minha retratação por não ter ido lá. Em compensação, vi Nando Reis e os Infernais (mera coincidência), em Santos, arrastada por Bozoca. Monicats, não deu pra resistir o Barba Ruiva cantando Luz do Olhos só pra mim, hehehe. Como você é uma pessoa queridíssima, vou deixar você me xingar por isso para todo o sempre!

Textículo jorrado em 29/05/2008

sábado, 24 de maio de 2008

Sobre o tempo¹

Ou Eureka! Descobri a fórmula da nostalgia

Saudade de vocês, leitores de textículos. Eles estão ficando rarefeitos, eu sei. Creio que me entendem. Os Textículos são resultado de ato sexual tântrico, então só rola quando dá muito tesão. E meu libido anda em baixa.

Sem contar que ando me repetindo. Eu quero fazer um textículo com vários Top 5 da minha vida, outro sobre as dores e delícias do Magistério, umas críticas de uns livros que estou lendo, etc, mas não sobra tempo e quando tenho, jogo fora descaradamente, esquecendo que isto é um “recurso não renovável, altamente limitado”, como a minha paciência, que sempre foi quase nula, como oxigênio dos Andes. Alguém tem uma lhama voadora da sorte pra me vender?

Ando me repetindo, e vou me repetir de novo, usando e abusando da Licença Poética para o Festival de Bobagens. É que o passar do tempo é algo realmente fascinante, e segue me intrigando.

Tenho 25 anos. Não é tanto, eu sei. Mas é muita idade no RG para uma eterna adolescente. Eu convivo com adolescentes e tenho que dar limites a eles, que pedem por isso. Ao mesmo tempo em que entro em conflito de gerações com a garotada, me sinto mais jovem que meus alunos, como se os “caretas” fossem eles e não eu, como era no meu tempo, saca? (Já contei sobre o choque que é ver gente jovem com discurso reacionário. Avanço da tecnologia e retrocesso no pensamento. O século XXI é uma grande merda.)

Conviver com adolescentes dá outro barato doidíssimo, descobrir como eles nos veêm. Dia desses, perguntei às turmas de sexta série o que era música de velho, por conta do projeto Descubra a Orquestra, da OSESP. Eis algumas respostas:

Legião Urbana
Mamonas Assassinas
Elis Regina (caralho, ela morreu em 82, ano que em que nasci)
Roberto Carlos (bem, quando nasci, este já era meio velhinho mesmo, rsrs)
Cazuza (nem vou comentar)
Cássia Eller (ela morreu em 2001, porra!!! Nesta década ainda, como assim, velho?)

Fiquei passada com estas respostas. Coisas da minha época são de velho, além do mais, para meus pokémons música brega e de velho é quase a mesma coisa. Comentando isso na Sala dos Professores (outro lugar folclórico, cheio de histórias), um colega matou a charada: se é da minha época, é datado já, não faz parte da geração deles. Tinha que ser um professor de Matemática para apelar para a lógica assim, sem ter dó da minha velhice precoce. Sem dúvida, Fernando foi genial. Eureka pra você, caro colega.

No mesmo dia, estava com outras professoras lembrando coisas que nossos sobrinhos, filhos e alunos jamais verão, e se virem, vai ser numa vitrine com uma sala com ar condicionado para conservar as peças:

Vida pré-MSN e Orkut
Máquina de escrever
Câmera fotográfica tradicional, que precisa de flash e filme
Plano Collor, Cruzeiro, Cruzado e Verão (desses ninguém sente saudade)
Disco de Vinil
Fita k7 (em tempos de mp5, eu ainda tenho e escuto!)

…Entre outras coisas, como o tempo em que linha telefônica da TELESP (quiéisso, psora?) era “O” patrimônio e não uma dor de cabeça disfarçada de multinacional espanhola, além dos celulares da primeira geração, que mais pareciam palmtops de tão grandes. Tempos românticos esses.

No Dia das Mães, eu fiz uma busca arqueológica no Limewire por hits dos anos 80 a pedido da minha irmã, que desenterrou pérolas de fazer pular ácaros do monitor, e por um acaso é a seleção que embala este textículo. Quem mais se lembraria de Rick Astley, além da Renata? Acertei em cheio em dar o Almanaque 80 de aniversário para ela.

Há muito tenho me perguntado junto com O Vizinho das Galáxias, o Forest, porque diabos os “Vinte e Poucos Anos Blues” são tão nostálgicos. Será que a gente é tão obsoleto assim? Com a resposta do Fernando, na última sexta, mais estas viagens sentimentais que tenho feito ao passado, descobri a fórmula da nostalgia. A gente viveu e não envelheceu, a não ser em termos biológicos ou cronológicos (temos uma pança de chopp respeitável). A nossa idade não corresponde à nossa realidade interna. E que uma coisa fique clara: nós amadurecemos, sim. Descemos aos infernos, perdemos gente que amávamos, sofremos desilusões, aquela coisa toda. Apesar de ter me dado conta que a adolescência acabou, eu me sinto muito mais ‘forever young’, do que quando tinha 17 ou 18 anos, época em que não via mais novidade em nada. Hoje, em compensação, estou me divertindo muito com essa sensação de ser “vintage”. Eu sou caçula e cresci com a impressão que eu era uma folha em branco, e já tenho algumas páginas acumuladas. O Éder² tinha razão. Agora que tá começando a ficar bom.

Estamos todos no ponto. Chegamos aos Vinte e Poucos com fôlego de criança para viver outros 20, 30, 40, até 50 outros Anos Blues. A vida ainda nos apaixona. E que se foda o calendário, tanto quanto meus clichês e minha pieguice.

Post Scriptum ao contrário:
2. Um Vinte e Poucos Anos Blues acumulou pontos no programa de milhagem essa semana. Feliz Aniversário, querido. (Sem contar o gatão-de-meia-idade mais amado da FAMOSP, que vai me matar se ler este textículo, que também é um taurino 20 de maio.)
1. O título deste textículo me fez cantarolar uma das primeiras músicas do Pato Fu: “Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio”… Descobri exatamente neste momento que ela se chama Sobre o tempo! Juro que não sabia.

Textículo jorrado em 24/05/2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Benditos aqueles que desafiam o poder

Enquanto a imprensa tagarela em torno da prisão preventiva do casal bungee-jump-sem-corda, uma notícia se espreme na mídia hoje: a absolvição do mandante do assassinato da Irmã Dorothy Stang, morta em 2005. E isso só aconteceu porque esta notícia deu mais algumas páginas de má fama brasileira na mídia estrangeira. Os conflitos de terra continuam matando muita gente no interior desse país, o pau come na Amazônia e isso não dá noticiário. Alguém aqui conhece Margarida Alves, por exemplo?

Irmã Dorothy tombou pela causa missionária e da Amazônia, disso não há dúvidas. Sua morte, porém, só ganhou repercussão porque seu país de origem era os EUA. É uma constatação meio clichê de teoria da conspiração, mas não consigo ver outra razão para o assassinato da Irmã Dorothy ter sido levado a público na época de sua morte.

O assassino propriamente dito, réu confesso, foi condenado. O mandante também tinha sido, mas recorreu e conseguiu absolvição. Isso é pior que impunidade. Significa que aqui só é assassino só quem mancha suas mãos de sangue. É algo que só posso classificar como nojento.

O que tenho como consolo é a célebre frase de outro mártir, Ernesto Che Guevara: "Podem pisar as flores, mas jamais vão conseguir acabar com a primavera." Outros mártires vão tombar, muitos batismos de sangue haverão de acontecer e ainda assim, haverá primavera.

Além de dar boletim de imprensa, não gosto também de publicar poesia. Ninguém lê ou curte essa joça. Mas creio que a Irmã Dorothy merece:


Novas Bem-Aventuranças

(À Dorothy Stang)


Benditos aqueles que desafiam o poder,

Aqueles que brincam no quintal

em dia de chuva sem medo do resfriado.


Benditos os que não agonizam calados.

Aqueles que gritam, incomodando a gorda vizinhança,

que insiste em não perder a novela.


Kyrie Eleison.

(20/02/05)


...Miserere nobis.


Textículo jorrado em 07/05/2008

Pobre mocinha indefesa

Sou uma pobre mocinha indefesa. Tipo aquelas nas mãos do King Kong gritando "Socorro!", saca?
Percebi isso ontem.
Depois dos fatos, boletim de ocorrência, ligações e mais ligações para bloquear cartões e afins, não lamento nada a não ser o meu direito violado de andar lunaticamente pela rua à noite. Desde que me entendo por gente que volta pra casa sozinha às 11 da noite, faço isso.
Engraçado que só agora li o tal artigo do Luciano Huck sobre seu rolex roubado nos Jardins, que deu aquele pano pra manga imenso há uns seis meses atrás. Não consegui ler a réplica do Férrez. Algum assinante do Uol me manda, por favor?
O mote do tal artigo do Luciano Huck era "Eu sou tão bonzinho. Por que roubaram meu rolex? Sou até presidente de ONG!!", e construiu seus argumentos com questionamentos velhíssimos como "Onde vamos parar assim?", ou, citando Flamingão: "O mundo tá perdido!" (Chu, é o seguinte: tenho pra mim que o mundo não está perdido, ele nasceu perdido.)
Agora que este caso é piada velha e arquivada, acho graça. Porque eu, em situação parecida com a dele e não pela primeira vez - eu já tinha tido um assalto para chamar de meu - não estou nem aí com os bens perdidos, nem quero este papel de vítima que ele fez. (De fato, ele e eu e mais um monte de gente tem este papel na conjuntura dos acontecimentos, mas não quero carregar nas tintas, sabe?)
Além do meu direito de ser lunática violado, lamento também a Lucíola de zebra linda que Ju e Li fizeram só para mim perdida e a constatação do início deste textículo. Não sou a Lara Croft, porra. Sou uma pobre mocinha indefesa. Meeeeeeeeeeerda.
Ps: Antes que me perguntem, está tudo bem. E não tô a fim de passar o BO outra vez.

domingo, 4 de maio de 2008

Texticulando

Leitores de textículos...saudade de vocês.

Não texticulei antes não por falta de assunto e sim por excesso. Muitas coisas a dizer. Devo ter muita p**** na cabeça mesmo, só pode ser isso.

Devo dizer que este último textículo (Vinte e poucos anos blues) foi profético para mim. Estava escrevendo num momento de êxtase para mim, ao mesmo tempo vendo a dor de outras pessoas, queridíssimas. Deu um nó na minha cabeça fálica. Santa Teresa* que me ajude.

Mal sabia eu que iria passar por isso, tal e qual está aí. Vinte e poucos anos blues às últimas consequências. Dor, dor e mais dor. Sem motivo aparentemente nobre. Aparentemente, ressalto.

Então me encontro aqui fazendo o que eu mais detesto fazer neste Blog Literário Mais Sem Audiência do Ciberespaço: dando boletim de imprensa desta vida sem importância frente à imensidão e vastidão do Universo. (Desculpa, gente. É que assisti a "O sentido da Vida", do Monthy Pynton, e ando um tanto cínica em relação a estas questões. Sem perder o bom humor, é claro.)

Resumindo a ladainha, este é só para dar sinal de vida à minha pequena Grande audiência, para que saibam que o Blog Literário Mais Sem Audiência do Ciberespaço não virou um Latifúndio Improdutivo na Rede. Saibam que ainda estão rolando os dados. E é para mim mesma esta cambalhota.


*Antes que eu me esqueça: A imagem do textículo anterior é "O Êxtase de Santa Teresa D´Ávila", de Borromini. E deste é São Sebastião na Coluna, de Perugino. Está no MASP essa, recomendo ir ver pessoalmente.


Textículo jorrado em 04/05/2008.