Escrevi
este texto há doze anos, como denuncia a piadinha com o slogan do governo
do JK. O tempo que passa pode até não voltar (e como ando triste com meus
tempos perdidos), mas também sei hoje em dia que a vida tem lá os seus
estica-e-puxas. Como numa brincadeira de elástico, este texto voltou com uma
conversa muito elucidativa com a prima Cynthia sobre Barbies, Susies e
Ganha-Nenês. E vejo que o tempo passa, mas a saudade do meu quarto cheio de
brinquedos espalhados não!
"Oh!
que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"
(Casimiro de Abreu)
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"
(Casimiro de Abreu)
Quem me conhece sabe que minha saudade é crônica. Saudade que nem a da música
do Gonzagão, Que nem jiló,
"pro cabra se convencer que é feliz sem saber". Vivo para
juntar histórias. Tanto que, se eu fosse o Juscelino, meu lema seria "200
anos em 20", ao invés de 50 anos em 5. Não que minha vida seja alucinante,
ela é até bem prosaica. É que qualquer coisinha é uma dramão pra mim. Devo ser
roteirista frustrada e nem fiquei sabendo.
A saudade que me doi mesmo são a dos meus brinquedos, mais do que primeiro
namorado, primeiro beijo, essas coisas. Claro que existem alguns desenhos
animados da minha época em exibição na TV, mas nada se compara a minhas bonecas
perdidas. Poucos brinquedos me restaram, porque é costume da minha mãe doar
tudo que vê pela frente sem uso. A maioria deles foi para os meus primos mais
novos e minhas preciosidades como minha boneca Ganha-Nenê e meu
Cachorro-Detetive já devem ter ido para o espaço agora, porque meus primos
cresceram também.
Inútil dizer que a saudade que eu tenho não é de nada material, é do que eles
representam e que os desenhos animados não conseguem sintetizar da minha
infância. Minha amiga Adriana disse que quando não está bem, vai ler sua
coleção de gibis. Segundo ela, isso é um bálsamo, uma espécie de Fonte da
Eterna Juventude. Tenho certeza que todo mundo já disse: "Ai quero voltar
para minha infância!" num momento de extremo saco cheio com a vida. Pois
é, só a Dri consegue com sua caixa mágica de gibis. "
Para ver que a vida é uma brincadeira de estica e puxa, olha só quanto está valendo uma Ganha Nenê agora: http://bit.ly/1M29u4s