São mais de vinte Billies pulando
E cinquenta Maysas gritando:
Pula!
Logo agora que dei de virar dona-de-casa americana dos
anos 1950?
Duzentas caixas de analgésico
E oitocentas dúzias de dúvidas
E eu aqui, fazendo papel de Virgem Maria no Presépio!
São quarenta Fridas se debatendo
Entre telas e coletes ortopédicos
E não sei quantas Amys questionando
Se bebem vodca ou gim
E eu aqui, na janela, com essa cara de comeu-e-não-gostou.
Com quantas Simones se faz uma feminista?
Quantas Martas são necessárias para se fazer
Uma doida santa ou uma santa doida?
Quantas Adélias para fazer uma declaração de amor?
Estão todas vivas, tenho certeza.
Por que calá-las?
Se todas amaram e ainda amam
Seus homens e seus ofícios
Brigar com elas é burrice.
Se todas amarraram
Uma pedra nos seus medos
E um balão nos seus sonhos
Que estou eu fazendo aqui, tudo ao contrário?
Nada nos impede de sermos felizes,
Eu e as minhas meninas.
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