Eles podem ser truculentos, mas não abrem mão de meios mais sutis de manipulação |
Há muito tempo, ouvi essa: "Sempre achei mais fácil manipular as massas, do que somente uma pessoa." Frase de conteúdo fascista até o rabo, afinal saiu da boca de Mussolini. Pior é que o verme tinha razão. O que os nazi-fascistas fizeram no passado hoje é feito magistralmente pelo PIG, com muito mais requintes. Melhor conhecer os mecanismos e tentar blindar - pelo menos um pouco - seu cérebro contra tanto lixo midiático.
Hoje, só vou retransmitir a informação. Noam Chomsky, linguista, professor do MIT e ativista político estadunidense, velho conhecido da militância brasileira pelos seus artigos, escreveu "As 10 estratégias de manipulação midiática". O artigo inteiro está na Adital. Leia e tente identificar alguns destes aspectos no que você anda lendo e assistindo:
A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").
A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".
Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...
Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. (O que retroalimenta a mídia de manchetes profícuas como a agressão aos três rapazes na Av Paulista há duas semanas atrás, por exemplo.)
A próxima merece letras garrafais, porque tem a ver com todo o calvário dos profissionais (realmente sérios) da Educação:
Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar. "
Sem mais, minha gente. Se o povo não fosse importante, não seria necessário manipulá-lo. Não precisa ser o Noam Chomsky para entender isso.
Créditos: Adital Agência de Notícias e Filmofilia (foto do brilhante Christoph Waltz na pele do Coronel Hans Landa em Bastardos Inglórios)