segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tropa de Elite - primeira temporada

ou
"Limpando o Rio para Copa e Olimpíada"

Algum gaiato escreveu no Facebook que nesta última semana estavam acontecendo as gravações do Tropa de Elite 3. Para variar, Vizinho foi mais longe: "Isso já virou uma série e tem material para mais de uma temporada!". Se Ó paí ó virou série, por que não Tropa de Elite?

O fato é que quando começaram a pipocar (literalmente!) as primeiras notícias a respeito dos ataques dos traficantes e da graaaaande operação da polícia, na hora me lembrei de uma das estratégias da manipulação midiática segundo Noam Chomsky, que não copiei no último textículo, mas agora vai:

"Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado "problema-ração-solução". Cria-se um problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos."

Por isso, nem me dei o trabalho de acompanhar as notícias, só vi o Fantástico para confirmar o que o Chomsky diz. Discurso infantilizante e maniqueísta de um assunto tão sério, para o povo dizer: "É isso mesmo!" Tudo isto dito por uma Patrícia Poeta e um Zeca Camargo só mais expressivos que um travesseiro sem fronha.

O Brasil de Fato publicou uma entrevista com o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) - por nenhuma coincidência irônica foi "consultor" do José Padilha na produção do Tropa de Elite 2. Só alguns trechos:

Hoje temos um enfrentamento às favelas e não ao tráfico de armas. Não tem nenhuma ação no que diz respeito à entrada de armas, sobretudo na Baía de Guanabara e nas estradas. O enfrentamento ao tráfico de armas é frágil, ocorre mais no destino do que no caminho. E o destino é sempre o lugar mais pobre.

(...)



As UPPs representam um projeto de retomada militar de algumas áreas que interessam a um projeto de cidade. Isso não é para acabar com o tráfico, é para ter o controle militar de lugares que são estratégicos para a cidade olímpica que se pretende.



Para mim, isso é tudo. Chega de colírio alucinógeno por hoje.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As 10 estratégias de manipulação midiática por Noam Chomsky

Eles podem ser truculentos, mas não abrem mão de meios mais sutis de manipulação
Há muito tempo, ouvi essa: "Sempre achei mais fácil manipular as massas, do que somente uma pessoa." Frase de conteúdo fascista até o rabo, afinal saiu da boca de Mussolini. Pior é que o verme tinha razão. O que os nazi-fascistas fizeram no passado hoje é feito magistralmente pelo PIG, com muito mais requintes. Melhor conhecer os mecanismos e tentar blindar - pelo menos um pouco - seu cérebro contra tanto lixo midiático.

Hoje, só vou retransmitir a informação. Noam Chomsky, linguista, professor do MIT e ativista político estadunidense, velho conhecido da militância brasileira pelos seus artigos, escreveu "As 10 estratégias de manipulação midiática". O artigo inteiro está na Adital. Leia e tente identificar alguns destes aspectos no que você anda lendo e assistindo:

A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. (O que retroalimenta a mídia de manchetes profícuas como a agressão aos três rapazes na Av Paulista há duas semanas atrás, por exemplo.)

A próxima merece letras garrafais, porque tem a ver com todo o calvário dos profissionais (realmente sérios) da Educação:

Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar. "

Sem mais, minha gente. Se o povo não fosse importante, não seria necessário manipulá-lo. Não precisa ser o Noam Chomsky para entender isso.

Créditos: Adital Agência de Notícias e Filmofilia (foto do brilhante Christoph Waltz na pele do Coronel Hans Landa em Bastardos Inglórios)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Princesa Moanna

Não preciso me curvar a ninguém,
Inventei minha própria realeza.
Não preciso de mesuras também
Minha loucura é toda feita de certeza.

Insurreta nata,
Quantas ditaduras tive que vencer?
Esquece: desajuste é meu aconchego
Às vezes, meu desassossego.

O que há de tão errado?
Mais comum que maria-sem-vergonha,
Nem sou tão diferente assim,

Exceto pelas gambiarras expostas em mim.
E teatro épico não agrada plateia de novela.
Foi contra estes olhos tortos que construí minha cidadela.

agosto de 2010

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Chanel 4Ever

Copiei o corte da Mayana ou...
Gente, meu cabelo está causando.  Posei para a revista Cabelos&Cosméticos,  em (mais um) passo a passo do corte de cabelo da Melina/Mayana Moura, um dos mais pedidos nos salões de cabelereiros por aí afora. O resultado ficou muito bom: o cabelereiro (ou seria hair stylist?) é fera e meu cabelo é naturalmente liso, escuro e pesado, o que cai bem  para este corte. Lógico que o meu tutorial é o mais legal!


...ela que copiou o meu?
De fato, o chanel me persegue desde a mais tenra idade, o que faz deste meu novo visual um legítimo auto-retrô. Logo eu,  que tinha veementemente abandonado a franja reta de curumim na passagem da infância para a adolescência.

Como nunca recebi tantos apelidos diferentes e engraçados por conta do meu cabelo, resolvi fazer uma colagem de referências - das glamourosas às caricatas - para homenagear este corte de cabelo eternamente moderno, prático e chique. Viva Coco Chanel!


Louise Brooks - atriz de cinema mudo
A inspiração para o cabelo da Mayana

 Playmobil
Muita chapinha e laquê de gesso

 Amelie Poulain  
Gosto dessa versão mais bagunçadinha


Velma Kelly
All that jazz! Adoro essa vedete assassina

 

Edna Moda
Gêmea perdida

Uma Thurman
Vale um twist com o Travolta!
 
Velma - ScoobyDoo
Gêmea Perdida (2)

E para terminar...


Zacarias
E essa franjinha repartida, hein, hein? Tudo!


...E é para todos esta cambalhota! Cabelos&Cosméticos esta semana nas bancas!