São Paulo me recebeu com chuva. Percebi que estava entrando na cidade quando o avião entrou por um amontoado de nuvens, como se estivesse mergulhando em algodão. Sorri e falei para Terra da Garoa: "Sabia que você não me daria trégua! Mas não tô nem aí, estou aqui de novo!!" Desembarquei no Congonhas pronta para outra. Tinha um encontro com o lendário ano de 1997, ano em que descobria, entre uma confusão e outra, a mim mesma e The Cranberries.
Quem me apresentou The Cranberries foi meu amigão da sétima e oitava série, o Gilson, tão louco por música quanto eu, apesar das diferenças - eu estava moldando minha personalidade à base de rock n´roll e ele, adorava pop. Ele me apresentou o terceiro album da banda, To The Faithful Departed. E eu fiquei louca por Salvation, Free to Decide e depois as mais antigas e conhecidas: Linger, Ode to my Family, Zombie.
Essa minha turminha do Derville era engraçada. Não estávamos nem aí para os "populares", os aborrescentes que faziam a maior força para mostrar que já eram adultos. Éramos bem crianções, a gente vivia rindo, brincando e cantando. Alanis Morissette, No Doubt (a banda preferida do Forrest, rsrs) e até Spice Girls estavam no nosso repertório. Direto e reto cantando, parecia até musical da Metro.
Esta era acabou quando concluímos o Ensino Fundamental, quando só eu consegui passar para o curso de Mercadô e a Isabel para o de Magistério. Fiquei totalmente órfã destes malucos e dos nossos dias de Família Do-Re-Mi. Minha vida foi por outro rumo e este tempo ficou perdido nas ruínas da memória. Até sexta passada, pelo menos.
O show do The Cranberries - pela primeira vez no Brasil, ora essa! - funcionou como uma máquina do tempo, para mim e para todos que estavam lá, eu aposto. Quando tocou Salvation, quase no fim do show, nem precisei fechar os olhos para ver o Splash sacolejando em volta de mim, toda vez em que eu comprava uma ficha na Jukebox que havia por lá só para ouvir essa música e sair pulando pelo bar, catarticamente.
Eles fizeram um show seguro, afinal trata-se de uma banda com uma coleção de hits para escolher e para mim, nenhum ficou de fora. Salvation, Zombie e Ridiculous Thoughts na sequência quase me mata do coração! Como bem observaram algumas resenhas que eu li, eles fizeram um retrato da década de 90, o único album dos 2000 foi lembrado em somente uma música. E todas foram cantadas pelo público, palavra por palavra. Os hits e as obscuras. As lentas e as agitadas. As alegres e as soturnas. Todas.
Eu sempre disse que tenho bronca de bandas que vêm ao Brasil depois de mil anos em turnês caça-níqueis, mas sinceramente, não creio que seja o caso do The Cranberries. Se fosse assim, Dolores e sua trupe não fariam um show tão cheio de alma e vigor, como este, que emocionou pra valer todos os neo-tiozinhos que estavam lá, inclusive a professorinha fazedora de textículos aqui.
Ela prometeu voltar, espero que, dessa vez, com um novo álbum do The Cranberries. Porque todo este retorno ao passado para mim se presta apenas a um sorriso por saber que eu era feliz, e sabia, como tenho sido hoje. Eu quero é mais, nosso tempo é agora.
Só senti falta mesmo de uma coisa: Gil, você não estava lá!!! Onde você foi parar, cabra???
Quem me apresentou The Cranberries foi meu amigão da sétima e oitava série, o Gilson, tão louco por música quanto eu, apesar das diferenças - eu estava moldando minha personalidade à base de rock n´roll e ele, adorava pop. Ele me apresentou o terceiro album da banda, To The Faithful Departed. E eu fiquei louca por Salvation, Free to Decide e depois as mais antigas e conhecidas: Linger, Ode to my Family, Zombie.
Essa minha turminha do Derville era engraçada. Não estávamos nem aí para os "populares", os aborrescentes que faziam a maior força para mostrar que já eram adultos. Éramos bem crianções, a gente vivia rindo, brincando e cantando. Alanis Morissette, No Doubt (a banda preferida do Forrest, rsrs) e até Spice Girls estavam no nosso repertório. Direto e reto cantando, parecia até musical da Metro.
Esta era acabou quando concluímos o Ensino Fundamental, quando só eu consegui passar para o curso de Mercadô e a Isabel para o de Magistério. Fiquei totalmente órfã destes malucos e dos nossos dias de Família Do-Re-Mi. Minha vida foi por outro rumo e este tempo ficou perdido nas ruínas da memória. Até sexta passada, pelo menos.
O show do The Cranberries - pela primeira vez no Brasil, ora essa! - funcionou como uma máquina do tempo, para mim e para todos que estavam lá, eu aposto. Quando tocou Salvation, quase no fim do show, nem precisei fechar os olhos para ver o Splash sacolejando em volta de mim, toda vez em que eu comprava uma ficha na Jukebox que havia por lá só para ouvir essa música e sair pulando pelo bar, catarticamente.
Eles fizeram um show seguro, afinal trata-se de uma banda com uma coleção de hits para escolher e para mim, nenhum ficou de fora. Salvation, Zombie e Ridiculous Thoughts na sequência quase me mata do coração! Como bem observaram algumas resenhas que eu li, eles fizeram um retrato da década de 90, o único album dos 2000 foi lembrado em somente uma música. E todas foram cantadas pelo público, palavra por palavra. Os hits e as obscuras. As lentas e as agitadas. As alegres e as soturnas. Todas.
Eu sempre disse que tenho bronca de bandas que vêm ao Brasil depois de mil anos em turnês caça-níqueis, mas sinceramente, não creio que seja o caso do The Cranberries. Se fosse assim, Dolores e sua trupe não fariam um show tão cheio de alma e vigor, como este, que emocionou pra valer todos os neo-tiozinhos que estavam lá, inclusive a professorinha fazedora de textículos aqui.
Ela prometeu voltar, espero que, dessa vez, com um novo álbum do The Cranberries. Porque todo este retorno ao passado para mim se presta apenas a um sorriso por saber que eu era feliz, e sabia, como tenho sido hoje. Eu quero é mais, nosso tempo é agora.
Só senti falta mesmo de uma coisa: Gil, você não estava lá!!! Onde você foi parar, cabra???
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