terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Merda

Olha, o que eu mais odiaria num blog é aquela coisa de "Ai, querido Diário, hoje fui ao shopping comprar um cinta-liga grená", mas como a minha experiência de encarar um teste de atriz profissionalmente rendeu umas impressões interessantes, então hoje quem ler este cafundó eletrônico vai me aguentar falando do meu cotidiano. Segue em aspas, porque este texto é do instante em que a coisa aconteceu.

"É engraçada essa coisa de teste. Há uma interessante galeria de tipos. Na minha frente, agora mesmo tinha uma atriz lendo seu texto sozinha, no modo "som desligado", igual TV, saca? Com toda a afetação que lhe cabe. Aí comecei a pirar: será que ela quer parecer Sarah Bernhardt? Sérgio Cardoso? O Paulo Autran? Hamlet? O Fernando em Pessoa? (putz, que trocadilho horroroso!) Enfim, sabe Deus. Pergunta nível 10 a essa hora não, por favor.

Outra se trocou, pôs a sua "roupinha de briga", e foi fazer seu aquecimento no meio do palco que há aqui no bar. Na verdade, ela está até certa, relaxar é preciso nessa hora. Mas só porque estou fazendo um teste nos Parlapatões tenho que fazer aquecimento vestida de palhaço? (É que a roupa é coloridinha, sabe?) Depois vi outras duas fazendo também, só que não estavam vestidas de palhaço. Relaxar os músculos, dissipar a tensão, ok. Coisa que a gente aprende na faculdade, nos cursos que a gente faz por aí. Eu mesma creio piamente nisso. Só que hoje, agora, não estou com a menor vontade de fazer isso. Quero fazer tudo ao contrário, negar as receitas macabeicamente.

Eu optei pelo Mp3 e por não largar o texto que escolhi para o teste. Na verdade, larguei só agora mesmo, desencanei um pouco. Imagino que ficar colada no texto igual aluno que estuda praticamente na hora da prova deve ser contraproducente. De que adianta ser Peru de Natal e morrer na véspera? Assim como não adianta tentar decorar o texto agora, nem fazer ginástica para deixar o Peru mais gostosinho.

Na verdade, quem deve estar certa são aquelas que estão conversando com as amigas, aguardando tranqüila e alegremente o abate. Merda e seja o que Dioniso quiser.

PS: Acabei de ver um tipo aqui que supera qualquer expectativa. A concorrente em questão está vestida de colegial (saia pregueada, camisa e meião brancos, sapatos de boneca). Putaquepariu! Eu vi melhor, ela também está de cabelo maria-chiquinha e pirulito na mão, igual aqueles do Quico, sabe? Só porque estava escrito no anúncio do teste que a candidata tinha que parecer adolescente, ela levou isso às últimas consequências. Alguém tem que contar pra ela que o teste é para um texto do Campos de Carvalho e não Nelson Rodrigues. Não adianta se vestir como uma colegial dos anos 50. Ah, não dá mais gente, vou estudar meu texto que eu ganho mais. Quer saber? Nestas horas, eu a-do-ro o meu mau humor! "

PS #2: Atrizes em questão, mil perdões se um dia este textículo cair em suas mãos. É que eu perco a concorrência, mas não perco a piada.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mas que porra é essa?

Estes textículos não são, não estão e nem vêm das bolas. Vem dos óvulos, ops! - quer dizer, dos lóbulos cerebrais, se bem que a minha cabeça sempre teve lá sua inclinação para a esquerda.

Como pau que nasce torto morre torto, eu não fujo à regra. Escrever para mim é um vício, um exercício constante, sem o qual eu não vivo. A única diferença é que agora resolvi compartilhar deste vício da palavra com amigos e quem quer que seja, aqui, na vastidão deste universo, chamado Internet.

Assim, espero que estas palavras (seminais) sejam estopim para o surgimento de outras palavras, outras idéias, outros pensamentos. É o princípio básico da criação. Caso alguém não tenha gostado, sorry. Vou continuar jorrando, ops! Quer dizer, postando. Para estes, revisito Drummond: "Não é para os outros, é para mim mesmo esta cambalhota".